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    Leonardo Attuch

    Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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    Brasileiros já sentem vergonha do ogro que ocupa a presidência da República

    "A essência de Jair Bolsonaro é a do ogro, do agressor profissional que distribui insultos aos negros, aos pobres, aos nordestinos, às mulheres e a líderes internacionais não totalmente subordinados a seu chefe Donald Trump. É tanta estupidez que o sentimento predominante dos brasileiros em relação a seu presidente é a vergonha", aponta Leonardo Attuch, editor do 247

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    As pesquisas Vox Populi e Datafolha que apontam que 40% dos brasileiros (na primeira) e 38% (na segunda) já veem Jair Bolsonaro como "ruim ou péssimo", recordes para qualquer governante em início de mandato, começam a captar o sentimento predominante da população brasileira em relação a seu presidente. Vergonha. Não há outra palavra.

    No Datafolha, isso fica claro diante da informação de que apenas 15% avaliam que Bolsonaro tem postura presidencial, ou seja, que ele respeita a liturgia do cargo que ocupa. A grande maioria, ao contrário, o vê como indivíduo desclassificado para a função. Mesmo entre os mais ricos, a avaliação desabou, caindo de 52% a 37% entre julho e agosto apenas. 

    Quem viaja pelo mundo sabe hoje do grande peso que representa ser brasileiro. Se, nos governos democráticos de Lula e Dilma, o Brasil era motivo de admiração e respeito, por ter eleito um operário e uma mulher que reduziriam a pobreza e dignificaram o cargo, hoje é alvo de chacota internacional por ter um líder que se limita a distribuir insultos nas redes sociais.

    É possível que Bolsonaro reverta essa avaliação negativa? A meu ver, é praticamente impossível. "Ninguém pode ser o que não é", disse recentemente o próprio Bolsonaro em relação a João Doria. E qual é a essência de Bolsonaro? A do ogro, a do presidente 'golden shower', a do Johnny Bravo que insulta todas as mulheres como fez no insulto à primeira-dama francesa Brigitte Macron. E não há surpresa alguma nisso, pois Bolsonaro continua a ser o que sempre foi: um insulto ambulante, como já era claro desde o caso Maria do Rosário.

    Esse aspecto da pesquisa – o que a vergonha é o sentimento principal dos brasileiros – evidencia que os meios de comunicação progressistas e independentes não devem se furtar a debater as agressões cotidianas de Bolsonaro. Sua avaliação só não é pior porque ele vem sendo blindado pela mídia corporativa, ainda interessada em sua agenda econômica – uma agenda, diga-se de passagem, que não fará o Brasil o crescer. Se a mídia nacional dedicasse atenção devida a todas as grosserias de Bolsonaro, ele já estaria abaixo do chão.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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