Bravas mulheres brasileiras na luta contra o golpe de 64

Será amanhã, no campus da USP, por iniciativa de seu Instituto de Estudos Avançados, às 15h30, a muito necessária homenagem às mulheres destemidas, que lutaram contra o golpe civil-militar de 1964, agora completando 60 anos. 

 Nós, mulheres, agradecemos à cientista social e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Jacqueline Pitanguy, a dedicação ao projeto de tamanha importância. 

As mulheres foram agentes fundamentais da resistência contra os Anos de Chumbo, apesar de pouco crédito lhes ser dado pelos contadores da História.

Mulheres vítimas do golpe, presas, torturadas e assassinadas. Mulheres que sobreviveram àquela violência instalada no país, e permanecem vivas para contar. Outras, que nos legaram registros de sua ação corajosa. Tais lutas permanecem e têm continuidade, através da memória cultivada daquelas bravas brasileiras. 

 Na programação, a leitura de trechos de uma das cartas de Zuzu Angel, minha mãe, e projeção do filme O Mensageiro, de Lúcia Murat, em que a cineasta revela recursos usados para se comunicar com a família enquanto estava presa e era torturada. 

 Pensado inicialmente para acontecer na Academia Brasileira de Letras - mas surgiram obstáculos - esse evento bonito acontecerá intramuros do campus, sem a pompa e a repercussão que poderia ter, porem cumprindo um igualmente importante objetivo, com um publico de jovens, muitos deles sem conhecimento daqueles fatos, porém sequiosos por saber.