Carta aberta à deputada Carla Zambelli
"A senhora é uma deputada, reeleita, e precisa manter-se no campo republicano e do respeito aos valores humanos"
Prezada Deputada,
Espero que esta missiva a encontre bem e capaz de compreender a quão injusto e, em certa medida, vil foi o que a senhora disse acerca da família política do Deputado Estadual Dirceu Dalben, quando referiu-se a quem administra a cidade de Sumaré como “gente podre”, mesmo que a senhora não tenha feito referência expressa, a verdade é que a ofensa foi grave e a senhora precisa desculpar-se.
A senhora é jovem, passou algum tempo fora do Brasil e, com certeza, não conhece a realidade das vinte e uma cidades que compõem a RMC – Região Metropolitana de Campinas, assim como não conhece a belíssima história de vida do deputado Dirceu Dalben, que, nascido em Campinas, encontrou na região do Matão em Sumaré prosperidade, fundada no trabalho, na fé e nas ações sociais e políticas.
A senhora também não conhece Sumaré, sua História e demandas; a senhora ignora o quanto as famílias Castro Ruzza e Ruzza Dalben trabalharam e trabalham pelo desenvolvimento da cidade desde o final dos anos 1970; a senhora sequer era nascida, a senhora não sabe o quanto ofendeu todos que, como eu, em algum momento trabalharam ao lado deles pelo bem de Sumaré.
O que é exatamente “gente podre”? Eu poderia, em tom ofensivo, fazer longas referências às suas condenações deputada, aos processos que a senhora responde, mas não farei isso, contudo, convém lembrá-la que a imunidade parlamentar material só a protege nos atos, palavras, opiniões e votos proferidos no exercício do ofício congressual, tal imunidade parlamentar que a senhora invocou para dizer que a cidade de Sumaré foi administrada por “pessoas podres”, não a protege em casos de injúria, difamação ou calúnia proferidas contra terceiros, afinal, os parlamentares devem ser responsáveis por suas ações e palavras, evitando ofender ou prejudicar a honra e a dignidade de outros cidadãos. A imunidade parlamentar deve ser usada para proteger a independência do legislativo, não para garantir impunidade para crimes ou abusos de poder.A senhora não pode dizer o que quer, tanto que em maio de 2023, a senhora, a senadora Mara Gabrilli e o senador Flávio Bolsonaro foram condenados pelo TSE a pagar R$ 10 mil ao presidente Lula, por espalharem a notícia falsa de que ele teria pago para não ser relacionado ao assassinato de Celso Daniel; no mesmo mês de 2023, a senhora foi multada em R$ 30 mil por divulgar a notícia falsa sobre a manipulação de urnas eletrônicas; e em fevereiro de 2024, o mesmo tribunal a multou em mais R$ 30 mil por propagação de desinformação contra o então candidato Lula durante as eleições presidenciais de 2022; ou seja, ou seja, a senhora, apesar de jovem (ou talvez por isso), é useira e vezeira do uso de exageros nas palavras e no desrespeito às pessoas; deputada, sejamos cordatos, isso é no todo desprezível.Além das condenações citadas, a senhora está envolvida em polêmicas, com desmembramento judicial grave, que podem levá-la a condenações e até mesmo à prisão, contudo, meus comentários nunca a ofenderão enquanto pessoa, minhas divergências são às suas posições, ideias, palavras, exageros, etc., não me referirei à senhora ou àqueles que a acompanham como pessoas “podres”, por isso não comentarei as representações que a senhora sofreu e sofre no conselho de ética da Câmara do Deputados por quebra de decoro, ou os processos que a senhora responde e os inquéritos nos quais é investigada, o espaço aqui é pequeno, mas afirmo: a senhora pode tornar-se uma caricatura patética, em mantendo tanto desprezo pelos valores republicanos.
A senhora é uma deputada, reeleita, e precisa manter-se no campo republicano e do respeito aos valores humanos, pois, além da sua posição as suas palavras tem enorme alcance através das redes sociais, por isso, eu, como membro da família política do deputado Dirceu Dalben, peço: se desculpe conosco, se desculpe com todos aqueles que trabalharam pelo bem da cidade, pois, garanto à senhora, se há alguma podridão em Sumaré é aquela que sai da boca de pessoas irresponsáveis.
A partir de 1º de janeiro a cidade será administrada por outro jovem prefeito e todos que amam a cidade, mesmo os que passarão à oposição como eu, não se referirão aos Stein e os que estiverem com ele, como “pessoas podres”, pois, somos democratas e sabemos que os nossos verdadeiros inimigos são os problemas e não as pessoas.
Saudações democráticas.
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