Carta aberta ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro
"Lutarei até o último minuto para que o senhor e sua corja de malfeitores sejam banidos da vida pública para todo o sempre", escreve Maura Montella
Por Maura Montella
(Des)prezado Sr. Jair Bolsonaro,
Não começo uma carta com esse vocativo desde que escrevi ao igualmente destrutivo, desonrado, desonesto e desprezado Sergio Moro. À época, vocês eram inimigos, depois de já terem sido amigos para tirar o ex-presidente Lula das eleições de 2018 e como voltaram a ser agora, em 2022, com mesmo propósito.
Que o senhor não honra com a sua palavra nem com o seu passado, já sabemos todos. Afinal, o que poderia ter de honesto e honroso num terrorista (que quis detonar uma bomba no quartel); num abortista (que só teve o quarto filho por decisão da mãe de não abortar); num amante da maçonaria (que se diz evangélico) ou num genocida (que atrasou a compra de vacinas em meio à pandemia)?
Mas nada disso parece importar aos seus seguidores, cegos por um fanatismo que os faz chamarem Lula de corrupto e não enxergarem os escândalos de corrupção de seu governo e de sua família; fanatismo que os faz chamarem, como robôs, Lula de ex-presidiário, sendo que o senhor também o foi. Com a diferença de que no caso do Lula houve uma farsa montada para incriminá-lo; e no seu caso, houve um crime de fato, quando o senhor ainda era militar.
Por falar em crime contra o ex-presidente Lula, o golpe começou com o impeachment da ex-presidenta Dilma e culminou com a sua aliança com o comparsa/amigo/inimigo/amigo de novo Sergio Moro. E as consequências estão aí, para todo mundo ver.
Mas hoje, quero deixar registrada a minha indignação com a iminência de uma nova aliança, tão pérfida quanto a anterior, mas agora mais destrutiva ainda. A aliança com Fernando Collor de Melo.
Em 1990, meu pai teve a poupança confiscada pelo Collor. Quase enfartou ao ver seu dinheiro, conquistado a duras penas e usado com muita parcimônia, sendo arrancado de suas mãos. Meu pai, funcionário público, pesquisador da Embrapa, passou a vida espremendo os neurônios para deslanchar a pesquisa deste país.
Hoje, aos 88 anos, com esses mesmos neurônios assolados pelo Parkinson, poderia enfartar de novo ao saber dessa sua aliança com Collor. Mas eu não vou deixar o senhor matar meu pai e não vou deixar o senhor matar mais nenhum brasileiro de fome ou de tristeza. Porque lutarei até o último minuto para que o senhor e sua corja de malfeitores sejam banidos da vida pública para todo o sempre.
E isso não é uma ameaça (não sou miliciana); isso é uma promessa de uma filha revoltada para um pai muito querido.
Atenciosamente,
Maura Montella
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