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    Luís Humberto Carrijo

    Jornalista e comunicador, com mestrado em Comunicação e Cultura na Universidade Autónoma de Barcelona, é CEO da Agência de Comunicação Rapport Comunica e administrador da conta @imprensa_sem_disfarce

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    Com Lula, Brasil volta a ser um país de classe média. O segredo foi fazer o oposto do que a imprensa queria

    "Aceitar os conselhos da mídia para governar seria o mesmo que Churchill ouvir Hitler para vencer a guerra", compara Por Luís Humberto Carrijo

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

    No mundo real, o país não se cansa de colher notícias boas. A mais recente foi a de que o Brasil retomou sua trajetória de inclusão social e voltou a ser um país de classe média, algo que não se via desde 2015, quando o país era sabotado com as pautas-bomba do famigerado Eduardo Cunha, ex-presidente do Câmara dos Deputados. O estudo da Tendências Consultoria, que aponta que 50,1% das famílias estão nas classes C ou acima, demonstra que sob o governo petista, políticas redistributivas e de incentivo ao consumo interno foram cruciais para tirar milhões de brasileiros da pobreza. O segredo do sucesso? Foi fazer exatamente o oposto do que queriam a imprensa corporativa e o mercado.

    Os editoriais dos grandes jornais brasileiros frequentemente adotam uma narrativa econômica que privilegia a elite, ignorando os avanços sociais promovidos por políticas voltadas para a redistribuição de renda. Apesar dos dados positivos em todas as áreas socioeconômicas sob o governo petista, prevalece no noticiário dessa mídia o descompasso gritante com a realidade vivida pela maioria da população com a defesa intransigente de cortes de gastos e superávits primários com intuito de atender interesses da restrita e exclusiva classe de agentes do mercado financeiro.

    A receita prescrita pelos jornais — cortes de gastos e superávits fiscais — é uma fórmula clássica de fracasso que sugere austeridade nociva de controle inflacionário, que historicamente trouxe consequências devastadoras para a economia e a sociedade: dívida pública explodindo, indústria sufocada, desmonte de políticas industrial e de desenvolvimento e juros nas alturas.

    Essas medidas não só comprometem investimentos em saúde, educação e infraestrutura, como também sacrificam o poder de compra das famílias e aumentam o desemprego. Quem ganha com isso? O mercado financeiro, que lucra com juros elevados pagos pelo governo. Quem perde? O povo brasileiro, especialmente os mais pobres.

    A insistência em políticas de austeridade revela um alinhamento dos grandes veículos de comunicação com a elite econômica, que teme a redistribuição de renda e a redução das desigualdades sociais. Essa posição, disfarçada sob o manto de “responsabilidade fiscal”, é, na verdade, uma defesa do status quo e do privilégio.

    Em um governo democrático, o Estado deve existir para promover a felicidade e o bem-estar da população, como preconizam os fundamentos filosóficos de uma sociedade justa. Sob essa perspectiva, as políticas petistas estão alinhadas com a essência do papel estatal: promover o desenvolvimento humano e reduzir desigualdades. Ignorar esse papel, como sugerem os jornais, é abdicar da responsabilidade social em nome de uma suposta estabilidade macroeconômica que só beneficia uma pequena parcela da sociedade.

    Aceitar a receita dos grandes jornais seria um erro fatal para o governo petista. Além de trair seu programa histórico de combate às desigualdades, o partido arriscaria alienar sua base eleitoral, comprometendo suas chances de sobrevivência política. Essa estratégia seria tão desastrosa quanto Winston Churchill aceitar conselhos de Adolf Hitler de como vencer a Segunda Guerra Mundial. Assim como Churchill reconheceu que não se pode vencer o inimigo seguindo suas regras, o PT deve resistir às pressões dos que não têm compromisso com o povo brasileiro.

    Os grandes jornais (O Globo, Estadão e Folha de S. Paulo), se praticassem jornalismo objetivo, sem viés ideológico e partidário, em vez de serem agência de relações públicas do capital financeiro, deveriam admitir os avanços reais, verificáveis e palpáveis do governo petista, reconhecer que o verdadeiro propósito do Estado é atender às necessidades da maioria e abandonar o alarmismo ficcional e a ameaça irreal de descontrole inflacionário como justificativa para favorecer tão somente uma casta de super privilegiados.

    Ao criticar as políticas petistas que promovem inclusão social, os veículos de comunicação demonstram que não estão comprometidos em construir um Brasil mais justo e próspero. Cabe ao governo petista rejeitar a receita de fracasso de contracionismo fiscal e continuar avançando na construção de uma sociedade onde todos, e não apenas poucos, possam prosperar.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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