Com Lula, Rodovia da Morte vai ser Rodovia da Vida em Minas
Com as máquinas na pista, estamos diante de um novo horizonte, escreve Alexandre Silveira
Em entrevista recente a rádios mineiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os mineiros poderão passar a chamar a estrada BR-381 de "Rodovia da Vida" no lugar de "Rodovia da Morte", nome pelo qual ficou conhecida por causa do elevado número de mortos em acidentes.
Ele se referia ao trecho de 303 quilômetros, de Belo Horizonte a Governador Valadares, dessa importante estrada que começa em São Paulo com o nome de Fernão Dias e atravessa Minas Gerais em direção a Vitória, no Espírito Santo.
Quando houve o evento para assinatura do contrato de concessão à iniciativa privada, em janeiro, Lula puxou pela memória: “A minha primeira viagem pela BR-381 foi em 1979. Conheço bem a angústia do povo mineiro em relação a essa rota". A promessa para realizar as obras de duplicação havia sido feita na campanha eleitoral de 2022, em Ipatinga, um dos municípios servidos por ela.
Naquele momento, eu estava no mesmo palanque, satisfeito com a fala do então candidato. O motivo da alegria era minha profunda ligação e carinho por aquela região, que tão generosamente me acolheu quando ainda muito jovem e onde pude criar meus filhos.
O compromisso de Lula começou a ser cumprido agora para o bem da população dos vales do Aço e do Rio Doce e de toda a região leste de Minas, com o início da execução do Plano de Cem Dias.
A liderança da implantação está a cargo do ministro de Transportes, Renan Filho, responsável pelo bem-sucedido leilão de concessão e, agora, pelas obras que vão transformar a rodovia no contexto de uma vigorosa estratégia em favor da infraestrutura nacional. De grande envergadura, as ações da BR-381 contemplam a duplicação de 106 quilômetros, a construção de 83 quilômetros de faixas adicionais e a correção de 51 pontos críticos no traçado.
É o começo de investimentos de aproximadamente R$ 10 bilhões ao longo de 30 anos, beneficiando diretamente 21 cidades mineiras. O contrato vai transformar a estrada em modelo de segurança e eficiência, além de favorecer a economia local com a geração de cerca de 84 mil empregos, entre diretos e indiretos, além de estimular o empreendedorismo.
Manifesto minha gratidão ao colega Renan Filho por essa realização de alcance histórico, pois coroa um antigo projeto pelo qual lutei durante muito tempo e que me enche de orgulho por ter participado ativamente da sua criação e evolução. Como diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), em 2004, fiz a contratação dos estudos de viabilidade técnica e socioambiental para as obras da capital mineira a Valadares. Foi plantada ali a semente do sonho de ver a BR-381 duplicada.
Trabalhei intensamente durante duas décadas para ajudar a viabilizar a duplicação, como representante dos moradores do Vale do Aço, onde criei meus filhos e tive importantes momentos da minha vida. Pude ajudar também com obras como o contorno do Vale do Aço, o viaduto da Prainha, a duplicação do trecho urbano de Nova Era, o trevo de Belo Oriente e a Ponte da Amizade, que liga Timóteo a Coronel Fabriciano.
Esse meu empenho pela BR-381 é, de certa maneira, a retribuição que faço às pessoas da região, onde cheguei para morar no município de Antônio Dias e trabalhar como delegado de polícia. Não tenho ideia de quantas vezes fui à BR-381 para acompanhar acidentes, muitos com vítimas fatais.
Agora, com as máquinas na pista, estamos diante de um novo horizonte, com mais segurança e mais desenvolvimento para os mineiros e suas famílias.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




