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      Carol Proner

      Doutora em Direito, professora da UFRJ, diretora do Instituo Joaquín Herrera Flores – IJHF

      88 artigos

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      Contra o escárnio, a altivez. Restrospectiva 2020... 19...18...17...16

      "De um lado, o escárnio, o riso macabro com as marcas da tortura. De outro, a resistência. A resistência à tortura e a superação da morte. Dilma. Essa mulher é o símbolo do que devemos ter em mente para 2021 e para o futuro do país", escreve a colunista Carol Proner

      (Foto: ABr)

      De um lado, o flerte com a morte. De outro, a morte.

      De um lado, o desdém, a zombaria, a incredulidade. De outro, a ciência, a razão, a consequência, a morte.

      De um lado, a aliança com o agronegócio e a festa dos venenos proibidos. De outro, a morte lenta pelo envenenamento cotidiano à mesa.

      De um lado, as armas, a força, a misoginia estrutural. De outro, o assassinato racista, a morte a facadas.

      De um lado a destruição do status dos povos e da natureza. De outro, o fim dos tempos, das culturas, da floresta.

      De um lado, o escárnio, o riso macabro com as marcas da tortura. De outro, a resistência. A resistência à tortura e a superação da morte. Dilma.

      Essa mulher é o símbolo do que devemos ter em mente para 2021 e para o futuro do país.

      Perguntemo-nos. Por que Jair Bolsonaro ataca Dilma Rousseff neste finzinho de 2020?

      Dilma é o símbolo da retidão de caráter, da honestidade e da resistência. 

      Sofreu as sevícias mais cruéis na ditadura militar, isso todos sabem. O que espanta, ainda espanta apesar dos dois anos de um governo explicitamente fascista, é que tanta gente o siga apoiando.

      Passa da hora de tomarmos a sério o que aconteceu com Dilma Rousseff. 

      Ela também é o símbolo máximo do Golpe de 2016 que vitimou a democracia no Brasil.

      É o símbolo do uso do lawfare contra o país, mesmo antes de Lula, pela movimentação de agentes infiltrados na nossa economia, pela espionagem da Petrobras, pelo Pré-sal, que hoje está em mãos estrangeiras.

      É o símbolo digno e inflexível contra o Lavajatismo e tudo o que representa o grande traidor nacional, Sérgio Moro.

      E agora é o contraponto ao bolsonarismo. Simbólico e de gênero. O que acontece com Dilma, acontece com o Brasil.

      Dilma, com elegância altiva de uma mulher que sofreu misoginia mesmo entre pares num mundo dominado pela cultura patriarcal, permanece como um acervo moral e ético de nossa possibilidade perdida como Nação. E é a ela que quero dedicar este último comentário de 2020, em homenagem ao que o Brasil poderia ter sido.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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