Covid pode matar mais de 17 mil crianças!
Desde o anúncio da volta às aulas nosso mandato e o mandato do deputado Carlos Giannazi tem lutado, junto com a comunidade escolar, que não apoia essa volta, para barrar a proposta de João Doria e Bruno Covas
O dado é assustador e faz parte de um estudo do pesquisador e matemático Eduardo Massad, na terça (14), durante debate virtual promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp) e o Instituto Butantan, ao alertar sobre o ERRO de João Doria e Bruno Covas em propor a volta das aulas em 8 de setembro.
Massad destaca que a volta às aulas em meio à pandemia de coronavírus poderia aumentar significativamente o número de crianças mortas por causa da doença. De pouco mais de 300 mortes registradas atualmente de menores de 5 anos por covid, esse total saltaria para 17 mil mortes até dezembro.
“Nós temos, no Brasil, 500 mil crianças portadoras do vírus zanzando por aí. Se você reabrir, agora em 1º de agosto, mesmo usando máscara, mesmo mantendo distância de dois metros, no primeiro dia de aula nós vamos ter 1.700 novas infecções, com 38 óbitos. Isso vai dobrar depois de 10 dias e quadruplicar depois de 15 dias. Então, abrir as escolas agora é genocídio", declarou Massad. E emendou: “Estamos falando de vidas. Há uma impressão de que já se pode voltar para a escola, mas as crianças vão morrer”, defendeu.
Volta às aulas não!
Desde o anúncio da volta às aulas nosso mandato e o mandato do deputado Carlos Giannazi tem lutado, junto com a comunidade escolar, que não apoia essa volta, para barrar a proposta de João Doria e Bruno Covas e garantir a preservação da vida de milhares de crianças, profissionais e das famílias que serão afetadas de imediato.
Pesquisa Datafolha, publicada no dia 26 de junho, mostra que para 76% dos brasileiros as escolas devem continuar fechadas até o controle total da pandemia. Em todas as faixas etárias e de renda e em todas as regiões do país, a maioria da população defende que as aulas presenciais ainda não sejam retomadas.
Dias antes da divulgação desta pesquisa, o jornal El País publicou - em 22 de junho - estudo da Universidade de Granada, na Espanha, que demonstra que colocar 20 crianças numa sala de aula vai acarretar em 808 contatos cruzados em apenas dois dias. Isso se a criança se relacionar apenas com os colegas de classe e não tiver contatos fora de casa. Uma única pessoa contaminada nesse meio, portanto, tem um potencial de transmissão gravíssimo.
É inaceitável e uma irresponsabilidade gigante a proposta de volta às aulas presenciais em meio à pandemia. Defendemos que qualquer decisão nesse sentido seja validada em conformidade com os protocolos científicos aceitos internacionalmente e que tenha como foco a proteção da vida das crianças, dos trabalhadores da educação, do conjunto da comunidade escolar.
Ainda tem os plantões…
Desde o início da quarentena João Doria e Bruno Covas não fizeram nada para garantir que o conjunto dos paulistanos tivesse condições de fazer o isolamento social e conter o avanço do vírus. As escolas só foram fechadas após ação no Ministério Público do nosso mandato em conjunto com o mandato do deputado Carlos Giannazi. No entanto, Doria e Covas impuseram plantões ao quadro gestor e ao quadro de apoio das escolas, negando o direito a fazer tais atividades através da modalidade de teletrabalho.
Acionamos mais uma vez o Ministério Público, denunciamos a decisão na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, oficiamos a Prefeitura e apresentamos projetos de Lei contra esses plantões criminosos que já custaram a vida de dezenas de servidores públicos, mas Doria e Covas deram de ombros mais uma vez e insistiram nos plantões até a data de feitura desta coluna.
17 de julho = 19.038 mortes por Covid
A flexibilização de João Doria e Bruno Covas reabrindo comércio, academias, parques, barbearias, salões de beleza e etc, está custando caro e a conta mais alta quem paga é a população mais vulnerável. Com pandemia, desiguais ficaram ainda mais desiguais!
É sem dúvida a população das periferias, sobretudo a mais vulnerável, que sofre de maneira aguda e, entre muitos problemas, a falta de moradia digna e de uma renda mínima são fatores centrais. E mesmo com essa realidade, as gestões Doria e Covas não formularam qualquer ação para enfrentar esse gritante problema.
“Ficar em casa” era e é a única recomendação com força para conter o vírus e proteger vidas. Por isso, de imediato, lutamos pela aprovação de uma renda emergencial para São Paulo, bem como a garantia da isenção para serviços como água e energia para a população de baixa de renda.
Mais Doria e Covas deixaram ao abandono a população e a questão se agrava, dia a dia, em São Paulo sinalizando que, além de vencer o vírus, precisamos reunir forças para enfrentar uma crise econômica e um brutal desemprego ainda piores que em 2008.
Nossa luta pela vida e pela garantia de proteção da população segue. É urgente o poder público, nos três níveis de governo - Federal, Estadual e Municipal - estruture um plano emergencial para salvar vidas e não propostas que ampliem o risco de morte! Seguiremos com nossas palavras de ordem:
#FicarEmCasaÉDireito
#PlantõesNasEscolasNão
#VoltaÀsAulasNão
Pela preservação da vida e contra qualquer proposta genocida.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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