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      Rogério Correia

      Deputado federal (PT-MG)

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      CPI da Cloroquina já: ela pode derrubar Bolsonaro

      "Precisamos investigar a fundo por que Bolsonaro autorizou, ou até determinou, um gasto tão grande em algo inútil", defende o deputado Rogério Correio sobre o medicamento ineficaz no tratamento da Covid

      Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

      Há quase seis meses está protocolado na Câmara pedido de CPI para investigar a produção em massa de cloroquina para “combater” a covid, levada a cabo pelo governo Bolsonaro. De minha autoria, a proposta de CPI se faz necessária porque o governo gastou muito dinheiro e tempo para algo que desde antes já era contestado pela comunidade científica em todo o mundo.

      O governo Bolsonaro certamente tem medo da CPI da Cloroquina. Temos certeza de que, se uma investigação séria for feita pela CPI, descobriremos muita coisa errada. A tal ponto de justificar, sem contestação, o impeachment do pior presidente da história brasileira.

      Um comandante militar do Rio chegou a justificar o preço em dólar 77% superior na compra da cloroquina pelo governo/Exército, afirmando que eram cotações “de mercado”. Não convenceu ninguém.

      Agora, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz ser “inevitável” uma CPI para investigar “toda a desorganização, falta de capacidade de logística e de entrega de equipamentos e insumos aos estados e municípios”.

      Não precisamos esperar tanto. O pedido já está protocolado por mim na Mesa da Câmara. Basta ser aceito pela Mesa e começarmos os trabalhos.

      O caso é ainda mais grave diante da nova notícia de que médicos do Hospital da FAB denunciam pressão, coação e represálias para que a hidroxocloroquina seja receitada a pacientes com covid.

      Muito estranha essa obsessão do governo por um medicamento sem eficácia contra a pandemia. Mais uma vez: por que o medo da CPI da Cloroquina?

      No último fim de semana, o médico francês Didier Raoult admitiu pela primeira vez que a cloroquina não reduz a mortalidade ou agravamento da doença. Detalhe: ele era até outro dia o principal promotor da substância em todo o mundo. Não faltaram bolsonaristas, aqui no Brasil, a usar os argumentos de Raoult para defender a cloroquina – estão calados agora, após a confissão do microbiologista francês.

      Precisamos investigar a fundo por que Bolsonaro autorizou, ou até determinou, um gasto tão grande em algo inútil.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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