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    Gustavo Conde

    Gustavo Conde é linguista.

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    É hora de empunhar a bandeira antifascista e ir para o confronto histórico

    O jornalista Gustavo Conde afirma que o país não pode mais esperar as instituições resolverem o genocídio em curso. Ele diz: “a tentativa de convencer antifascistas a não saírem às ruas com o argumento de que "vai ter infiltrado" é uma conjunção de covardia, preguiça e burrice”. Conde ainda acrescenta: “é hora de subir o tom, intensificar o discurso e mostrar que um país é feito de povo, não de analistas de conjuntura”

    Brasília 7 de junho 2020 (Foto: Ricardo Stuckert)

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    A tentativa de convencer antifascistas a não saírem às ruas com o argumento de que "vai ter infiltrado" é uma conjunção de covardia, preguiça e burrice.

    Vergonha imensa para "intelectuais" que bateram nessa tecla.

    1) Infiltrar mercenários em manifestações não é tão simples assim. Com protestos distribuídos no país inteiro, seria necessário um "exército" de infiltrados, o que não me parece factível.

    2) Se houver infiltrados que incitem a violência, a tarefa é denunciar, com celular em punho.

    3) Quando há 'sentimento de rua", não há quem possa segurar, nem polícia, nem lei, nem infiltrado, nem o desejo pequeno burguês de analistas.

    4) O risco de a tomada de ruas ser 'deturpada' e 'instrumentalizada' como em 2013 é um risco como todos os riscos. Mesmo sendo 'instrumentalizada' pelo que quer que seja (sempre é pela Globo), quem está no governo agora é o fascismo, não a democracia.

    É uma overdose de covardia na ceninha intelectualizada da esquerda.

    Francamente, deixar o destino político do Brasil nas mãos de "intelectuais progressistas" é pedir para morrer de fome, de raiva e de sede. Intelectual sem lastro político e sentido de combate é praticamente um agente da opressão: eles 'suavizam' o caminho do precipício.

    Essa minha crítica ao intelectualismo político não é um ataque à ciência ou ao conhecimento. Conhecimento é um conceito muito amplo para ficar nas mãos exclusivas de "intelectuais", assim como a 'ciência', a 'ética' e o espírito revolucionário.

    Ninguém melhor do que Lula para comprovar isso. Mais ainda: Lula teve ainda a humildade de estimular a ciência, a pesquisa e a produção de novos intelectuais. Intelectuais são importantes, mas não são o limite final da intelecção e da política, muito menos de qualquer tipo de "estratégia".

    Quando um intelectual fala em estratégia, a rigor, as flores murcham e os rios secam.

    É hora de empunhar a bandeira antifascista e ir para o confronto. Basta de gente covarde e conciliadora. Conciliação é depois da guerra, não antes.

    É hora de subir o tom, intensificar o discurso e mostrar que um país é feito de povo, não de analistas de conjuntura.

    Basta de covardia, basta de tédio, basta de sofisticação.

    A disputa e simples. É democracia versus ditadura, é civilização versus barbárie, é vida versus morte.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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