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    Renato Farac

    Engenheiro Florestal formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP). Membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

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    É preciso uma grande mobilização e expulsar a Força Nacional

    Com o repúdio total a sua política e ao governo de Jair Bolsonaro, restou para implantar seus planos de destruição a reforma agrária no Extremo Sul da Bahia, o aumento da repressão e da intimidação através do envio da Força Nacional de Segurança

    Desde uma ofensiva dos latifundiários e da extrema direita, sob orientação do pistoleiro Antônio Nabhan Garcia, contra os assentamentos e o MST no Extremo Sul da Bahia mal sucedida foi enviada pelo governo Bolsonaro a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).

    Diante da recusa das famílias dentro dos assentamentos em aceitar a política de privatização de assentamentos e da organização contra os ataques realizados por elementos da extrema direita da região, como políticos tradicionais como Wilson Brito e do vereador Jorginho do Guarani em contato direto com a secretária de assuntos fundiários do Ministério da Agricultura.

    A última tentativa foi realizada na semana passada através da invasão do assentamento Jaci Rocha pela Polícia Federal, Polícia Militar e o INCRA, e onde foram completamente rechaçados pelas famílias e impedidos de cometer suas atrocidades dentro do assentamento.

    Com o repúdio total a sua política e ao governo de Jair Bolsonaro, restou para implantar seus planos de destruição a reforma agrária no Extremo Sul da Bahia, o aumento da repressão e da intimidação através do envio da Força Nacional de Segurança.

    Força Nacional enviada para atacar o MST, mas os planos são a luta pela terra na região

    Pela primeira vez a Força Nacional de Segurança foi enviada com a justificativa de combater um movimento social. Sempre o envio da Força Nacional para áreas de conflito fundiário teve como justificativa pacificar a região e evitar que os conflitos se agravassem, mas ficava evidente que de maneira insidiosa combatia os movimentos de luta pela terra, seja indígenas, quilombolas ou trabalhadores sem-terra.

    O envio, realizado por um dos elementos mais reacionários e contra a reforma agrária é do secretário de assuntos fundiários, Antônio Nabhan Garcia. Nabhan é conhecido por ser um dos principais articuladores da União Democrática Ruralista (UDR), através de grupos de pistolagem na qual o secretário participava ativamente.

    O envio da Força Nacional está nesse momento mira o principal e mais organizado movimento de luta pela terra da região. Isso não ocorre por acaso, pois enfraquecendo e acuando o MST, os outros movimentos sociais, indígenas e quilombolas serão atacados de maneira mais fácil e agressiva.

    A região conta com mais de 50 assentamentos rurais, dezenas de terras indígenas e quilombolas, sendo a maioria em processo de demarcação e regularização. São milhares de hectares que estão na mira dos latifundiários, grileiros de terra e especuladores imobiliários.

    Uma Instrução Normativa (IN) 09/2020 publicada pela Fundação Nacional do Índio (Funai), está legalizando a grilagem nas terras indígenas Barra Velha do Monte Pascoal e Comexatibá, do povo Pataxó, certificando 58 propriedades privadas e milhares de hectares dentro das terras indígenas no Extremo Sul da Bahia Bahia, dos povos Pataxó e Tupinambá. Todas essas áreas muito próximas desses assentamentos.

    É preciso unificar a esquerda e os movimentos de luta pela terra para expulsar a Força Nacional

    Diante do aumento dos conflitos de terra na região impulsionados pelo governo Bolsonaro e do envio da Força Nacional de Segurança é preciso unificar os movimentos de luta pela terra e a esquerda para organizar os trabalhadores diante de um dos maiores ataques contra a luta pela terra.

    É preciso convocar os movimentos de luta pela terra, sindicatos e partidos de esquerda para organizar reuniões e discutir a presença da Força Nacional e organizar atividades, manifestações, ocupações e trancamento de rodovias em toda a região para forçar a saída de uma força de repressão federal para beneficiar os latifundiários da região.

    Fica evidente que essa repressão não é apenas contra o MST, mas também contra indígenas e quilombolas. O envio da Força Nacional é mais um passo na implantação de uma ditadura militar com características fascistas e é preciso repudiar da maneira mais enérgica possível.

    É preciso organizar uma grande campanha entre os trabalhadores e expulsar da maneira que for necessária a Força Nacional de Segurança dos assentamentos e do Extremo Sul da Bahia.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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