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    Leonardo Lucena

    Jornalista do Brasil 247

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    Em tacada de mestre, Lula avança rumo ao Sul do País

    Os recentes movimentos de Geraldo Alckmin e Roberto Requião refletem uma jogada de craque de Lula na captação de votos para o PT em 2022

    Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Roberto Requião (Foto: Ricardo Stuckert | REUTERS/Adriano Machado)

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coloca em prática uma jogada de mestre ao avançar em suas articulações na Região Sul do País, onde o Partido dos Trabalhadores tem mais dificuldades para conseguir votos em comparação com outras localidades, como o Nordeste. 

    A filiação de Geraldo Alckmin ao PSB e as palavras do ex-presidenciável sobre Lula são um indício de como o petista pode conquistar votos na Região Sudeste. O recém-chegado à legenda peessebista governou por quatro mandatos o maior colégio eleitoral do Brasil – o estado de São Paulo. Também foi vice-governador, deputado federal e estadual, além de ter sido prefeito e vereador de Pindamonhangaba (SP).

    No Sudeste, o Partido dos Trabalhadores conseguiu 34% dos votos, com Fernando Haddad, no segundo turno da eleição presidencial de 2018, e Jair Bolsonaro, 65%. No estado de São Paulo, o então candidato do PSL alcançou 67%, contra 32,03% do seu oponente no segundo turno. Em 2014, o PT conseguiu 43% e o então candidato do PSDB, Aécio Neves, 56%, no Sudeste. Em São Paulo, o tucano conquistou 64% dos votos, contra 35% da então presidente Dilma Rousseff. 

    A possibilidade de Alckmin ser vice do PT na eleição de 2022 ganha mais importância sob o ponto de vista estratégico e, em consequência, pode diminuir a competitividade de outros adversários, o que não significa decisão em primeiro turno, mas ele é um forte cabo eleitoral para a candidatura petista em outubro.

    A filiação de Roberto Requião ao PT é outro fator que pode dar boa porcentagem de votos a Lula mais que o esperado. O mais novo membro do Partido dos Trabalhadores foi o primeiro político a governar por três vezes o Paraná, exerceu mandatos como prefeito de Curitiba, secretário de Desenvolvimento Urbano do seu estado, foi senador e deputado estadual. Uma experiência que terá peso na conquista do eleitorado paranaense pelo ex-presidente. 

    No Sul, o PT conseguiu 31% dos votos, com Fernando Haddad, no segundo turno do último pleito presidencial, e Jair Bolsonaro, 68%. No Paraná, Bolsonaro alcançou 68% dos votos, contra 31% do seu adversário. Na disputa de 2014, o Partido dos Trabalhadores teve, com Dilma Rousseff, 41% dos votos no Sul, e Aécio, 58%. No estado de Requião, o atual deputado federal teve 60% dos votos, e Dilma, 39%. 

    As estatísticas acima reforçam a importância de Lula ter uma candidatura que possa ajudar mais nas intenções de voto do ex-presidente no Sul e no Paraná. Em 2018, Requião, na época integrantes do MDB, não se reelegeu senador, depois de fazer intensa oposição ao governo emedebista de Michel Temer, mas era um contexto em que o antipetismo estava cada vez mais “injetado” na população, muito em função da imprensa tradicional, da Lava Jato e de equívocos do próprio governo Dilma Rousseff (o que não diminui a gravidade do golpe em 2016). No cenário atual, em um contexto de alta desaprovação de Bolsonaro, derrotas da Lava Jato no Judiciário e a liderança de Lula nas pesquisas, o ex-senador, ao ingressar no PT, reflete mais uma tacada de craque nas articulações do ex-presidente. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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