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      Danilo Espindola Catalano

      Professor de espanhol, pesquisador e escritor.

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      Espionagem como atitude imperialista

      Não é nenhuma surpresa que a espionagem tenha sido protagonizada durante a administração anterior a Lula

      (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

      A espionagem brasileira ao governo paraguaio elucida ainda mais a posição de superioridade pela qual se caracteriza a relação diplomática entre os dois países desde o fim da Guerra da Tríplice Aliança, (conhecida pelo povo brasileiro por Guerra do Paraguai).

      Tomando conhecimento do ocorrido, que se concretiza por uma denúncia de espionagem por parte da ABIN - Agência Brasileira de Inteligência aos membros dos três poderes (Legislativo, Executivo e Jurídico), do governo paraguaio durante os anos de 2022 e 2023, é protagonizada por um governo que se sente superior ao outro, como se pudesse fazer com o outro, (o paraguai), o que lhe convenha no momento que lhe convenha.

      Parecendo ser uma “brincadeira” do dia da mentira, (1 de abril), a notícia veio a público e logo o governo paraguaio convocou para uma reunião o embaixador brasileiro, para dar explicações.

      O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, ao tomar conhecimento mandou finalizar qualquer tipo de operação de vigilância que se mantivesse desde então ao governo paraguaio ou todo o seu território. Isso porque, ele tomou conhecimento do ocorrido ao mesmo tempo que foi divulgado ao mundo, pois foi na administração do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que foi dada a ordem para tal investigação.

      Não é nenhuma surpresa que tenha sido protagonizada a espionagem durante a administração anterior a Lula, pois ela não veria aos países vizinhos como iguais, o que justifica agir da forma estadunidense para com a administração daqueles que são irmãos e nossos iguais.

      Refletindo sobre o contexto, me parece pertinente entendermos um pouco da história da relação entre Brasil e Paraguai, após a Guerra da Tríplice Aliança, se configura por uma passividade em que um se caracteriza por quase ser uma “colônia” ou um estado do outro, apropriando-se do discurso de amizade e reparação como apagamento dos males protagonizados pelo Império Brasileiro.

      Assim podemos concluir, que a espionagem da ABIN, é mais uma atitude “imperialista” por parte do Brasil para com o Paraguai, como se o país não fosse independente e tivesse leis adequadamente estabelecidas que protegem seu governo de qualquer interferência externa, fazendo-o ser vítima de uma atitude que beira ao que só presenciamos constantemente como protagonista os Estados Unidos.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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