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    Joaquim de Carvalho

    Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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    EUA sabiam desde 2008 que plano de adesão da Ucrânia à Otan poderia levar à guerra, e estimularam o conflito

    Relato secreto vazado pelo Wikileaks indica que guerra no Leste Europeu pode ter sido plano arquitetado pelas autoridades norte-americanas

    Joe Biden e Vladimir Putin (Foto: Reuters)

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    Alguns jornalistas, inclusive no campo progressista, trocam ofensas para que veja prevalecer a sua narrativa sobre a guerra na Ucrânia.

    Um erro e perda de tempo. Opinião é muito mais a expressão de cultura e preconceitos do que de conhecimento. 

    Troca de ofensas só produzirá um resultado: o rompimento de laços de amizade ou de coleguismo. Não alterará a visão de quem pensa diferente.

    Para um jornalista, o mais importante é buscar informação. Esta sim tem efeito transformador. 

    A má notícia para quem, por ingenuidade ou não ou direta ou indiretamente se rendeu à propaganda dos EUA e seus aliados na Otan, é que as informações não os favorecem.

    Um telegrama vazado pelo Wikileaks revela que, desde 2008, os EUA sabiam que estimular a entrada na Ucrânia na Otan desencadearia uma reação enérgica da Rússia.

    Citando fala de um estudioso das questões russas, o embaixador dos EUA baseado em Moscou disse que a adesão da Ucrânia à Otan “encorajaria a Rússia a se intrometer”. 

    Em consequência, os EUA seriam “estimulados ao encorajamento aberto de forças políticas opostas, deixando os EUA e a Rússia em uma postura clássica de confronto”.

    É exatamente o que está ocorrendo. Se sabiam disso, por que os EUA não alteraram a rota de sua política para o Leste Europeu? 

    É uma resposta que ainda não está clara. A história se encarregará de expor essa verdade. Mas é inegável que o relato do embaixador foi preciso.

    É razoável interpretar que a guerra na Ucrânia não foi um erro estratégico dos norte-americanos, mas um objetivo que está sendo atingido.

    Talvez seja esta a razão pela qual Joe Biden disse, desde o início, que Vladimir Putin estava decidido a desencadear uma operação militar no país vizinho.

    Por esse raciocínio, não seria lampejo de estadista de Biden, mas a manifestação de um plano arquitetado.

    Os ucranianos estão sendo usados como bucha de canhão, o que é uma desumanidade, que só agentes do grande capital são capazes de cometer.

    Julian Assange, o responsável pela divulgação do telegrama confidencial da Embaixada dos EUA ao chefe da Otan e aos secretários de Estado e de Defesa, está preso e corre o risco de morrer na cadeia, se a Inglaterra levar adiante a decisão de extraditá-lo.

    Assange expos uma verdade secreta, contrária aos planos imperialistas das autoridades norte-americanas. Pagou com sua liberdade e pode pagar com a própria vida.

    O embaixador que fez o relato, William J. Burns, foi nomeado por Joe Biden diretor da CIA, a agência de espionagem norte-americanas que está por trás de golpes e desestabilização de governos ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

    Nessa guerra, pode não haver mocinhos, mas há mentirosos muito bem definidos para quem busca informação.

    Eles estão nos porões ou no salão oval da Casa Branca.

     

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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