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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Exército constrói casa de alto luxo no DF, destinada a oficial general

A casa terá quatro quartos, suíte e “cômodos simples”, ao mesmo tempo em que é classificada como de “alto luxo”, para “uso de oficial general

Tomás Paiva (Foto: Divulgação/Exército)

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A revista Sociedade Militar - um veículo que fala diretamente aos quartéis -, traz notícia, nesta semana, sobre a construção de uma mansão no valor de R$3.566.942,34 (três milhões, quinhentos e sessenta e seis mil, novecentos e quarenta e dois reais e trinta e quatro centavos). A casa terá quatro quartos, suíte e “cômodos simples”, conforme a descrição, ao mesmo tempo em que é classificada como de “alto luxo”, para “uso de oficial general”.

De acordo com o veículo, “a força terrestre, comandada pelo General de Exército Tomás Miguel Miné Paiva, não informou quem será o oficial general que ocupará o imóvel de luxo com 658 metros quadrados construídos em área protegida pelo Exército e com direito a um clube particular”.

O que a SM apurou, foi que o imóvel em construção no Distrito Federal, fica na Quadra Residencial de Generais, no Setor Militar Urbano, e será destinada a um dos membros do alto comando do Exército Brasileiro. “A residência, de altíssimo padrão, está orçada e com valores já empenhados”.

Embora a revista não revele o nome do futuro morador, tudo leva a crer que a nova residência está planejada mesmo para o comandante do EB, Tomás Paiva, pois a casa que deveria ser ocupada por ele, (residência oficial do comandante), no setor militar, continua em mãos da família do general e ex-comandante, Eduardo Villas Boas. 

Diagnosticado com a doença conhecida pela sigla Ela (esclerose lateral amiotrófica), em 2016, foi-lhe dado - por questão de humanidade –, o direito de permanecer no imóvel destinado ao posto que ele ocupava na ocasião, o de Comandante do Exército Brasileiro. A ELA é uma enfermidade neuro motora degenerativa, que afeta os neurônios motores, responsáveis pelo controle dos músculos voluntários. Villas Boas se locomove em cadeira de rodas.

De acordo com o regulamento do Exército, citado pela revista, para uso de imóveis da União, os oficiais generais pagam o equivalente a 5% do seu soldo, o que para um general de 4 estrelas equivale a cerca de 680 reais de “aluguel” para “um imóvel de luxo, com segurança e direito a manutenção das áreas externas. Um imóvel nas mesmas condições no Distrito Federal não é alugado por menos de 9 mil reais mensais”.

Isso acontece no momento em que o Exército perde imóveis residenciais em Brasília, pois o Comando do Exército autorizou a alienação de imóveis no DF, ocupados por servidores públicos. Instada a se pronunciar, pela Revista Sociedade Militar, a Instituição informou o seguinte:

“O valor orçado para construção do imóvel foi de R$3.566.942,34 (três milhões, quinhentos e sessenta e seis mil, novecentos e quarenta e dois reais e trinta e quatro centavos). Já o valor EMPENHAO foi de R$3.051.570,34 (três milhões, cinquenta e um mil, quinhentos e setenta reais e trinta e quatro centavos). A área interna do imóvel perfaz 658,98 m², conforme planta existente do projeto, incluindo quatro quartos, tipo suíte, e outros três cômodos simples. Por fim, eventual recurso deve ser dirigido ao Chefe do Estado-Maior do Exército, no prazo de 10 (dez) dias, conforme previsto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Cordialmente, Serviço de Informações ao Cidadão do Exército Brasileiro…”

Por questão de segurança, a Força não informa o atual endereço do comandante Tomás Paiva.

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