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    Wendrell Elias dos Santos Gomes

    Especialista em Neuropsicopedagogia. Licenciado em Letras (Português e Espanhol), Pedagogia e Artes Visuais. Professor de Língua Portuguesa e outros componentes curriculares, pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

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    Fechamento das salas de aula na rede paulista: na contramão da Educação

    Fechar salas de aula gera desemprego ou desatribuição de aulas e gera remanejamento de estudantes, causando superlotação para outras salas

    Renato Feder (Foto: Rodrigo Félix Leal/ANPr)

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    Desde 2016, pela Resolução Seduc-SP 2, de 8 de janeiro, surgiu o fechamento das salas de aula nas escolas estaduais de São Paulo. Diante dessa ridicularidade, ainda no governo de Geraldo Alckmin, na época, houve um aumento de 10% para a quantidade máxima de alunos por turma, que se estendeu até hoje. Por exemplo, no Ensino Médio, o limite foi de 40 para 44.

    Por causa desse aumento, profissionais da Educação desse estado tiveram mais dificuldade para aplicarem uma educação de qualidade, perante a essa medida dificultosa e nada facilitadora para os processos educacionais.

    Recentemente, essa resolução foi atualizada ou piorada, do ponto de vista de quem trabalha nas escolas, visto que diretores de unidades escolares, ao final de cada bimestre, são convocados para reuniões sobre “redimensionamento de classes” (fechamentos de sala).

    Com essa pauta, pelas diretorias de ensino responsáveis, esses gestores passam por um processo objetivo e crítico, que facilita o fechamento de turmas, comprometendo todo o sistema pedagógico envolvido nas escolas.

    De modo específico, a ação de fechar salas de aula, ao final de cada bimestre letivo, gera desemprego para professores ou desatribuição de aulas, reduzindo suas rendas; e gera remanejamento de estudantes, causando superlotação para outras salas existentes.

    Com isso, há menos professores na rede, o que cria sobrecarga de trabalho para outros profissionais da área; mais alunos por turma, o que causa menor qualidade de aula para cada estudante presente, por serem muitos; e mais prejuízo para o cumprimento do Projeto Político-Pedagógico (PPP) local, devido aos desmanches de professores e turmas.

    Em “lives” ou transmissões ao vivo, cinicamente, pelas plataformas da Seduc-SP, o atual secretário de educação, Renato Feder, agradece e comemora o sucesso dessa pasta. Assim, menciona que colaboradores da rede estão felizes e os alunos aprendendo muito, o que é uma mentira.

    Na realidade, profissionais de educação estão, de modo geral, insatisfeitos, visto que todas as medidas de seu superior (Feder) não são feitas por consultas públicas; mas, sim, impostas, de forma repentina, ao seu bel-prazer.

    Como possível solução mínima, de forma esperançosa, somente a articulação ou manifestação minuciosa de cada gestão escolar, juntamente à comunidade de pais e alunos, pode tentar contrariar essas medidas autoritárias, a fim de pressionar essa secretaria atual.

    Lamentavelmente, esse ex-empresário da Multilaser precisa saber que as escolas estaduais paulistas não dependem do seu dinheiro, para fazer o que quer; e que, uma das premissas da Democracia é a consulta pública.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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