FHC, o de sempre
FHC, agraciado por Moro, proclamado como colaborador do falso juiz, sempre será cobrado pela História pelos seus atos de traição nacional.
Quem o buscou para apoio eleitoral no segundo turno ou recentemente para formar a frente ampla, assim grafada em minúsculas, que coma o pó do arrependimento.
Mas FHC já tinha dado, há tempos, sobejas demonstrações de que estava e está do lado de lá. Há tempos está o "príncipe da Sorbonne" no campo das forças direitistas, neoliberais e conservadoras, ainda que as conveniências e a etiqueta tenham sido usadas para encobrir com verniz de "social-democracia brasileira" os seus reais propósitos.
A migração de FHC para o lado de lá é tão antiga que será necessário sempre consultar os manuais históricos para situar cronologicamente o momento em que ocorreu, passando o sociólogo a integrar as forças reacionárias brasileiras.
Desde o desonroso momento em que se sentou na cadeira do Ibirapuera para ser dias depois humilhado pelo pitoresco Jânio?
Desde a fundação do PSDB, cujo corpo já trazia o DNA da traição nacional em nome da falsa ética e uma defesa trôpega da democracia? Desde o governo Itamar, a quem usurpou e traiu?
Desde que na Presidência da República pediu que esquecessem o que escreveu em nome de uma adesão aos planos do imperialismo estadunidense para impor aqui os dogmas do Consenso de Washington e os ditames da globalização liderada por Clinton?
FHC se apoiou na entourage do PSDB e do PFL que lhe serviu uma caterva de sequazes para se esbaldar em entreguismo e corrupção no exercício do governo.
Os tucanos, sob sua liderança, associados ao PFL, fizeram o pior governo da história republicana antes de Temer e Bolsonaro.
Na era Lula (2003-2016), FHC liderou na surdina todas as urdiduras do golpe. Por inveja, segundo a sábia psicologia popular do líder petista, por ideologia e linha política conservadora e entreguista, se observado desde a ótica que compara projetos em confronto.
No pós-Lula, FHC foi o de sempre, foi sempre FHC. Fez a oposição dos torpes e no momento mais trágico da vida nacional contemporânea foi anti-Lula até o fim, apoiando seus algozes.
FHC, o de sempre, não podia receber menos que o prêmio agora revelado pelo Intercept.
Agraciado por Moro, proclamado como colaborador do falso juiz. A História sempre cobrará a FHC, pelos seus atos de traição nacional.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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