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Daniel Rodrigues

Graduando em História pela UEPB; membro do Projeto de Pesquisa "História Judaica" e do Projeto de Pesquisa e Extensão "Núcleo de História e Linguagens Contemporâneas''

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Fim de um desgoverno e como seria o termo correto: bolsonarismo ou nazismo?

Lula é o primeiro candidato eleito a ser cobrado sem assumir legalmente o cargo

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução/YouTube/Lula)

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Bolsonaro já deixou o cargo de presidente da República? Lula é o primeiro candidato eleito a ser cobrado sem assumir legalmente o cargo da presidência da República Federativa do Brasil?

Na Obra “O príncipe”, de Maquiavel, ele cita dois conceitos, bem como as expressões italianas Virtú e Fortuna, para descrever a ação do príncipe, do governante. Virtú significa virtude, mas não a virtude dos preceitos da moral cristã (bondade, justiça), mas sim, a virtude que um príncipe deve ter, perceber o jogo político e agir com energia com o intuito de manter e conquistar o poder. A Fortuna, significa o acaso, a sorte, a ocasião oportuna para o Príncipe agir e conquistar o poder.

No início do mandato de Bolsonaro em 2019, em seu discurso ele declarou, “As minorias vão ter que se curvar as maiorias”, ao longo desse ano (não só desse ano), seu governo foi marcado por escândalos e erros. A partir de 2020 com o respaldo da pandemia, milhões de pessoas morreram e o mínimo que o chefe do governo poderia fazer seria salvar a maior quantidade de pessoas possível. Forma esta de reverter o caminho que seu governo estava tomando, um dos piores governos da história do Brasil. E um dos alertas que Maquiavel trás na carta, é que o Príncipe (o governante), jamais deve ser odiado, pode ser temido, respeitado, porém, em hipótese alguma deve ser odiado. Pois quando o líder é odiado, ele acaba perdendo o poder, devido aos súditos, o povo que ajuda a manter o poder do governante, começa a questioná-lo, fazendo-o perder força. Bolsonaro é um exemplo disso. Às vezes não é o líder que cria a massa e sim, a massa que cria o líder.

O mundo não reconhece mais o Bolsonaro como presidente do Brasil, fato este que ficou claro desde a vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022, sendo aclamado e parabenizado pelo mundo inteiro. Por que enfatizar isso é importante? Porque isso é uma resposta a qualquer tentativa de golpe, ou seja, o mundo claramente expressou que não aceita mais o Bolsonaro, portanto, como ele pode pensar na tentativa de um golpe? Logo essa ideia está dispensada, está fora de questão. O governo Bolsonaro, durante os quatro anos de mandato nunca expressou quaisquer políticas de meio ambiente, de preservação dos povos originários, inclusive, de acordo com o Diário da câmara dos deputados, em 1998, o Jair Bolsonaro (deputado) em discurso, por ganhar a medalha do mérito indigenista, alegou, “Até vale uma observação neste momento: realmente a cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a Cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esse problema no país". E recentemente, em outubro de 2022, viralizou um vídeo dele alegando que comeria carne humana, de um índio. Não expressou uma maneira de governar que desse prioridade ao bem-estar social, preservação das heranças nacionais, da nossa cultura. Não é atoa que ao ser eleito presidente, Bolsonaro anunciou a extinção do Ministério da Cultura.

De acordo com fontes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Bolsonaro foi internado no hospital das forças armadas em Brasília na noite desta quinta-feira (17/11/2022), alegando sentir dores abdominais fortes. No entanto, a ainda primeira-dama, Michelle Bolsonaro, negou a internação do presidente.

Não existe mais espaço para se falar de golpe no Brasil, de narrativa golpista. O Bolsonaro realmente está melancólico, deprimido ou doente? A verdade nua e crua é que esse inominável, corrupto, nazifascista, está tentando buscar alternativas para fugir do Brasil ou diminuir alguns crimes, de vários que ele vai responder no fim do seu mandato e que já está respondendo. Segundo o historiador e cientista político, Carlito Neto, em caso de fuga do Bolsonaro, ele apostaria na Europa, especificamente, para Hungria ou Itália.

O termo Bolsonarista ainda é o termo correto a ser usado para se referir aos grupos que continuam concentrados em frente aos quartéis/rodovias? Segundo o ator Bemvindo Sequeira e a antropóloga Adriana Dias, passaram a denomina-los como nazistas. Porque são racistas, homofóbicos, misóginos, de grande maioria branca, os mestiços ou negros são liderados ou guiados pelos brancos. O que esses indivíduos reivindicam nos protestos, nas manifestações, nas frentes dos quartéis, seus ideais aos quais os representam, é sim uma distopia, mas sobretudo de caráter nazista. Por isso a vitória do Lula foi importante, a democracia derrotando o chefe da extrema direita no Brasil foi importante para desmontar um eixo nazifascista que saia do Brasil, passando pela Itália, Hungria e Portugal. Em caso de reeleição do Bolsonaro, o Brasil dificilmente sairia desse eixo nazifascista, tal eixo condutor entre a Europa e a América estaria completo.

Se os protestos continuarem, alguns reivindicando a “desproclamação da república” ou a “intervenção militar no exército”, a mídia alternativa que não é séria e nem responsável já começou a criticar a Rosângela — conhecida por Janja —, o jeito de como uma primeira-dama tem que se comportar, denúncias da viagem do Lula no jatinho de empresário. Tudo isso é complicado, pois no Brasil tudo pode acontecer, inclusive, até o Lula não tomar posse. A esquerda não tem sido tão solidária com seus camaradas ultimamente (largam qualquer um no caminho), os esquerdistas precisam tomar posição e ir às ruas lutar para que o Lula tome posse em 2023.

E esses “Bolsonaristas”, podem sim serem chamados/denominados como nazistas, pois agem contra a democracia, são violentos, agem através de métodos nazistas de coerção, são adeptos a supremacia racial. Vale salientar que são infantilizados também, como normalmente o brasileiro é. A ideia de que os brasileiros são cordiais, civilizados, sensatos, amigáveis, carismáticos e incapazes de dizer um não. Essa manada concentrada, especificamente de frente aos quartéis, prova exatamente o contrário, retrata o real, um país escravagista (escravagista também de pobre com pobre), patrimonialista, ultraconservadores, de corruptos, privatistas. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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