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    Marcelo Auler

    Marcelo Auler, 68 anos, é repórter desde janeiro de 1974 tendo atuado, no Rio, São Paulo e Brasília, em quase todos os principais jornais do país, assim como revistas e na imprensa alternativa.

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    Fiocruz rechaça bolsonarismo nas urnas

    "A luta política será de pressão tanto no ministério da Saúde para que Bolsonaro respeite as indicações da lista tríplice", escreve o jornalista Marcelo Auler sobre a eleição para a presidência da Fiocruz, na qual a atual presidente Nísia Lima obteve a maior votação

    (Foto: Divulgação)

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    Por Marcelo Auler, em seu Blog 

    O bolsonarismo foi novamente rechaçado nas urnas. Depois da derrota, nas eleições municipais, da grande maioria dos candidatos que apoiava, o presidente Jair Bolsonaro viu, nesta sexta-feira (19/11), os funcionários da Fundação Fiocruz comparecerem em massa no pleito que definiu a lista tríplice para o futuro presidente da entidade – 91,6% dos eleitores votaram – e rejeitarem o nome do candidato bolsonaristas ao cargo, Flório João Polonini Junior.

    A grande vitoriosa na eleição foi a atual presidente, a socióloga Nísia Verônica Trindade Lima. Ela conquistou 3.784 votos (94,9%) para ser a primeira da lista tríplice a ser apresentada ao ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que a encaminhará a Bolsonaro. Incluindo os votos que lhes foram dados para ocupar a segunda e a terceira posição na lista, ao final, ela recebeu 95% dos votos válidos.

    O nome mais votado para a segunda posição na lista, com 2.788 votos (90,2%), foi de Rivaldo Venâncio da Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da entidade. Na terceira posição deverá constar da lista foi do vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Mario Santos Moreira, escolhido por 2.864 votantes (89,3%).

    Já Polonini Junior, servidor com formação em Ciências Contábeis lotado no setor administrativo da Fiocruz, ou seja, sem qualquer conhecimento acadêmico, cuja inscrição ocorreu dois dias antes de encerrarem as inscrições para a votação, conquistou míseros 219 votos para o primeiro lugar na lista, 52 para o segundo lugar e 82 para a terceira posição. No cômputo geral teve 8,3% dos votos. Por ele não ter atingido os 30% mínimos em qualquer posição na lista, como exige o estatuto para a escolha dos nomes, foi desclassificado. Ele ingressou na disputa se autodeclarando candidato bolsonaristas.

    Agora, servidores da Fiocruz se mobilizam para que o presidente da República respeite as indicações apresentadas na lista tríplice. Paulo Garrido, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), em declaração à revista CartaCapital anunciou que terminado o pleito, “nosso próximo passo será defender a rápida nomeação do primeiro colocado na lista tríplice. Diante da gravidade do quadro epidemiológico e sanitário que tanto sofrimento e apreensão tem causado na população, não podemos esperar. O país não pode perder tempo com disputas políticas em torno da presidência da Fiocruz”.

    Portanto, a luta política será de pressão tanto no ministério da Saúde para que Bolsonaro respeite as indicações da lista tríplice. O desrespeito às indicações da lista poderá criar problemas políticos para Bolsonaro por conta da mobilização dos servidores da Fundação, demonstrada nitidamente pelo comparecimento maciço às urnas e os altos percentuais de votos dados aos três servidores.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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