Folha de S.Paulo desce o nível e consegue se igualar a Pablo Marçal, que deveria ser o novo “garoto propaganda” do veículo
A diferença imensa é que o coach que vive de abobrinhas é um fanfarrão. A folha é um veículo de imprensa e deveria ter, no mínimo, responsabilidade de checagem
O jornal Folha de S.Paulo conquistou um feito impressionante nesta semana: produzir fake news com a mesma competência que o coach bolsonarista Pablo Marçal, conhecido por ser uma espécie de Forrest Gump- O contador de história- tupiniquim, claro, sem o mesma grandeza do personagem que dá nome ao filme.
Pablo, que foi “coach pessoal de Jair Bolsonaro” nas eleições, diz que está no Rio Grande do Sul para salvar vidas, mas vem provocando um verdadeiro desserviço no local, espalhando fake news, atrapalhando o processo de resgate.
Ele publicou vídeo sugerindo que falta iniciativa das Forças Armadas diante da calamidade pública no estado, afetado por enchentes. Além disso, declarou que existe a exigência de nota fiscal para todas as doações que chegavam no local, fato que foi desmentido pelo coordenador da brigada socorrista (veja aqui).
A Advocacia-Geral da União (AGU), coordenada por Jorge Messias, apresentou nesta quarta-feira (8) uma ação judicial para ter o direito de resposta diante de publicações falsas divulgadas pelo trambiqueiro, que segue berrando inverdades nas redes sociais. E sim, milhares de pessoas acreditam nele. É surreal, mas é um reflexo dos nossos tempos.
No entanto, não são apenas trambiqueiros que distribuem mentiras, também veículos nacionais de comunicação. Desses que adoram gritar por ai extrema "credibilidade e confiança" com seus leitores.
Uma grave fake news difundida pelo jornal A Folha de S. Paulo gerou revolta nas redes sociais: sem uma correta checagem dos fatos, o folhetim acusou o governo de Lula de mentir sobre uma proposta de ajuda do governo uruguaio. Ao contrário do que foi dito pelo jornal paulista, o governo brasileiro recebeu a ajuda do país vizinho e agradeceu pelo apoio. O próprio governo uruguaio também postou nas redes o apoio que vem prestando ao Brasil, com um helicóptero das Forças Armadas sobrevoando a cidade de Porto Alegre.
Além disso, o próprio embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles, também reforçou que o país promove ajuda no resgate: “Somos todos gaúchos, hoje na ajuda humanitária e amanhã na reconstrução do Rio Grande del Sur. Esse é o Uruguai”.
A Secom disse em nota que, "para sustentar essa afirmação, o jornal compara uma nota da assessoria de comunicação do Ministério Defesa com uma nota da Secom sobre o mesmo tema como se fossem contraditórias. Não são. A nota do Ministério da Defesa afirma que "o Comando Militar conjunto declinou da oferta da aeronave [do Uruguai] por restrições de pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre".
A segunda nota, elaborada para combater uma avalanche de fake news em torno do assunto (como a de que o governo estaria recusando ajuda do Uruguai por motivações ideológicas), informa que o Brasil não recusou ajuda do Uruguai, cita um helicóptero cedido pelo país vizinho já em operação, mostra a imagem dessa aeronave gentilmente emprestada e explica que, no caso do avião, constatou-se inadequação do equipamento para o tipo de operação exigida no Rio Grande do Sul nesse momento".
Sim, o oportunismo político está em alta, mesmo num cenário de tanta dor e sofrimento e vejam só, desta vez propagado pelo veículo de imprensa que deveria, no mínimo, checar os fatos que chegam nas mesas da redação, algo que um jornalista aprende no 1 semestre de faculdade. Sem dúvidas, a Folha deveria contratar o Pablo Marçal em seu quadro de funcionários. Afinidade não falta.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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