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Ariovaldo Ramos

Coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Presbítero da Comunidade Cristã Reformada em São Paulo, SP

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Frutos

A afirmação de Bolsonaro de que conduz a nação tendo em vista o que a liderança evangélica quiser é quebra deliberada do estado laico

(Foto: Isac Nobrega/PR)

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O presidente disse, segundo reportagem na grande mídia, que conduz a nação tendo em vista o que a liderança evangélica quiser.

Isso deveria, imediatamente, provocar um pedido de impeachment (mais um), por uma razão muito simples: tal afirmação é quebra deliberada do estado laico.

Essa fala do presidente da República é um insulto a todas as outras confissões religiosas, e uma desobediência assumida do princípio constitucional.

Segundo a reportagem, a resposta dos evangélicos presentes, à essa fala, veio na voz de um pastor, que disse que a disputa eleitoral se tornou uma guerra entre o céu e o inferno. 

O que o pastor se esqueceu de mencionar é que o inferno está representado pelo candidato que o pastor apoia, o que significa que o pastor, em questão, passou a ser agente deste inferno.

Claro que eu não vejo estas eleições como embate nessa ordem de transcendência, até porque, por ser, de fato, evangélico, deploro qualquer uso, ou melhor, abuso da fé para conspurcar a cidadania, embora entenda que o pleito, que nos aguarda, será o enfrentamento das forças neonazistas instaladas no país.

Contudo, ao trabalhar a partir do argumento desse pastor, não tenho como não fazer as considerações que fiz, pois, como disse Jesus: “pelos frutos os conhecereis.”

E os frutos deste governo são conhecidos, e são: fome; desemprego; desabastecimento; desindustrialização; ruína econômica; atentado contra a soberania nacional; destruição do meio ambiente, em favor do agronegócio predatório; perda dos direitos por parte dos trabalhadores e trabalhadoras; retrocesso histórico, ainda por calcular, por causa do tamanho estrago perpetrado contra a nação.

Isso sem contar a política armamentista para a população civil, que acabou por promover uma abertura à violência, que, como não podia deixar de ser, vitima, ainda mais, os vulnerabilizados.

Tais frutos caracterizam as obras do inferno que, segundo o nosso texto sagrado, o Cristo, veio para denunciar e derrotar.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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