Fundo de Hunter Biden financiou programa de pesquisa de armas biológicas dos EUA na Ucrânia
Documentos apreendidos pelos russos na Ucrânia provam que o fundo de investimento Rosemont Seneca patrocinou um programa biológico militar na Ucrânia
Por Juca Simonard
O chefe das forças russas de defesa contra radiação, química e biológica, Igor Kirillov, apresentou, em uma entrevista coletiva em Moscou na quinta-feira, 24, documentos que teriam sido apreendidos pelos russos em batalhas na Ucrânia.
De acordo com ele, os documentos provam que o fundo de investimento Rosemont Seneca Partners, presidido por Hunter Biden, patrocinou um programa biológico militar na Ucrânia.
"Os materiais recebidos permitem traçar o padrão de interação entre agências do governo dos EUA e objetos biológicos ucranianos. É notável que estruturas próximas à atual liderança dos EUA, em particular o fundo de investimento Rosemont Seneca, liderado por Hunter Biden, estejam envolvidas no financiamento dessas atividades", disse Kirillov.
Os documentos apontam que o fundo de investimentos de Biden é afiliado às empresas Metabiota e Black & Veatch, empreiteiras que entregam equipamentos para os laboratórios biológicos norte-americanos em todo o mundo, disse o representante russo.
"A escala do programa é impressionante. Além do Departamento de Defesa, a USAID, a Fundação George Soros e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças estão diretamente envolvidos na implementação do programa na Ucrânia", denunciou.
Joe Biden, vice do então presidente Barack Obama, teve participação fundamental no golpe da Ucrânia de 2014, que derrubou o governo eleito de Viktor Ianukovitch e colocou o regime político do país à reboque de milícias nazistas anti-Rússia. A família Biden enriqueceu e se beneficiou muito do golpe, conforme revelou o jornalista Glenn Greenwald.
Laboratórios biológicos
Kirillov acrescentou que a pesquisa nos laboratórios ucranianos foi organizada pelo Laboratório Nacional de Los Alamos, que desenvolve armas nucleares no âmbito do Projeto Manhattan (projeto que criou a primeira arma nuclear do mundo). "Todas essas atividades são realizadas sob o controle total do Pentágono", disse.
O documento apresentado pelo russo aponta que 30 laboratórios biológicos em 14 locais da Ucrânia estavam envolvidos no desenvolvimento de armas biológicas. Os russos destacam que, nas regiões que eles ocuparam, não há mais esses laboratórios, mas que não está claro se existem laboratórios em outras partes da Ucrânia.
A Defense Threat Reduction Agency estaria diretamente envolvida com os laboratórios biológicos, que estudaram patógenos, incluindo coronavírus, e informações que podem ser usadas para desenvolver armas biológicas.
Em 2018, mais de 70 pessoas morreram em Donetsk devido a variantes da tuberculose, o que pode estar ligado às atividades dos laboratórios biológicos na Ucrânia, segundo a imprensa estatal russa.
Os laboratórios do Ministério da Defesa da Ucrânia receberam um total de US$ 32 milhões (R$ 162 milhões) de Washington, de acordo com o portal Sputnik, que lembrou em reportagem que um projeto sobre patógenos de morcegos na Geórgia e na Ucrânia sob comando dos EUA foi iniciado em outubro de 2019, às vésperas da pandemia da Covid-19.
De acordo com Kirillov, testes realizados em Lviv, Carcóvia, Odessa e Kiev, 4.000 militares foram testados para anticorpos de hantavírus e outros 400 para a presença de anticorpos para o vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo. Segundo ele, mais de 16.000 testes biológicos feitos na Ucrânia foram transferidos para o exterior.
"Provavelmente, uma triagem em larga escala da imunidade natural da população foi realizada para selecionar os agentes biológicos mais perigosos para a população de uma determinada região”, declarou.
"A análise da documentação mostra que não apenas amostras de tecidos e soro de sangue humano foram exportados para o exterior, mas também patógenos perigosos, bem como seus portadores. Mais de 10.000 amostras foram enviadas para o Lugar Center na Geórgia, laboratórios de referência no Reino Unido e no Leffler Institute na Alemanha", disse Kirillov.
Os testes foram feitos no âmbito do projeto UP-2 e os documentos mostram que a prioridade foi um estudo do agente causador do antraz, doença infecciosa grave que se caracteriza por uma alta capacidade de dano e resistência ao meio ambiente.
Segundo os documentos apresentados pelos russos, os funcionários dos laboratórios biológicos estavam procurando locais de sepultamento para animais mortos por antraz e depois coletaram amostras de solo infectado, enquanto uma outra equipe pesquisava insetos transportadores nos locais de sepultamento de animais.
“Dado que a situação epidêmica com antraz na Ucrânia permanece segura, surge a questão sobre a necessidade de pesquisas conduzidas pelo Pentágono e seus verdadeiros objetivos”, disse Kirillov.
O funcionário russo ainda lembrou que os EUA, de acordo com dados divulgados pela China, têm pelo menos 336 laboratórios biológicos em 30 países. "Acreditamos que, no contexto das informações recebidas, é necessário buscar esclarecimentos de Washington sobre os verdadeiros objetivos das atividades dos laboratórios biológicos americanos no âmbito de uma investigação internacional", disse.
As instalações de pesquisa biológica lideradas pelos EUA na Ucrânia foram confirmadas, em audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado, no dia 8 de março, pela subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, que teve importante participação no golpe patrocinado pelos norte-americanos na Ucrânia em 2014.
Os EUA, no entanto, negam as acusações russas.
Na semana passada, o Ministério da Defesa da Rússia divulgou um documento, do dia 6 de março de 2015, um ano após o golpe, confirmando a participação do Pentágono no financiamento de projetos biológicos militares na Ucrânia.
*Com informações de TRT World, Sputnik, RT e Daily Mail
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