G20 Social: participação e diálogo no centro das decisões globais
"Governo brasileiro buscou ampliar a diversidade dos atores sociais, introduzindo também a dimensão regional", escreve Jorge Santana
O G20 Social, uma das iniciativas mais inovadoras da presidência brasileira do G20, foi uma poderosa demonstração de como o Brasil se relaciona com sua sociedade civil e os movimentos sociais. Uma oportunidade de mostrar ao mundo o modelo brasileiro de incorporar as múltiplas vozes do seu povo nas discussões globais, colocando temas como o combate à pobreza, a sustentabilidade e a governança global no centro das decisões das maiores economias do planeta.
A Cúpula do G20 Social, realizada entre os dias 14 e 16 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, foi o ponto alto deste processo. O evento, que aconteceu no Píer Mauá e seus arredores, levou para o Armazém do Kobra, o Armazém 3, o Boulevard Olímpico, o Museu do Amanhã e o Teatro do Armazém da Utopia as cores e os sons de milhares de pessoas do Brasil e de vários países.
No total, 49.498 pessoas se inscreveram para a Cúpula do G20 Social e 19.140 se credenciaram para as atividades presenciais propostas pela sociedade civil, como também para os debates nas plenárias que fizeram a redação final e a aprovação da declaração a ser entregue ao presidente Lula. Foram quase 300 atividades, atendendo mais de 1.300 organizações da sociedade civil, brasileiras e estrangeiras, que se revezaram nas salas montadas nos armazéns, somando 521 horas de atividades. A Cúpula do G20 Social foi o ápice do trabalho que movimentos sociais e populares, organizações da sociedade civil e os grupos de engajamento fizeram ao longo de praticamente todo o ano.
No Boulevard Olímpico, durante os dias do evento, a cultura, a literatura e a produção dos povos também foram expostas na Feira Social, diversificadas nas 180 barracas distribuídas pelo território. Organizada em três Caminhos - o da Sustentabilidade, o do Combate à Fome e o da Cultura dos Povos -, na feira foram expostos e comercializados produtos da agricultura familiar, artesanatos de diversos estados e culturas, livros e publicações, atraindo a atenção de milhares de pessoas que ali circularam.
A Cúpula do G20 Social foi realizada em três dias de intensa programação: no primeiro, as vozes da sociedade se expressaram em plenárias autogestionadas; no segundo, os debates giraram em torno dos três eixos temáticos definidos pela presidência brasileira do G20 — combate à fome e à pobreza, sustentabilidade e governança global — culminando na aprovação de documentos sobre cada tema.
No terceiro dia aconteceu a plenária final, com mais de 2.500 participantes que aprovaram, por aclamação, a Declaração da Cúpula do G20 Social. O texto traz as principais propostas da sociedade civil global, consensuadas durante os trabalhos realizados ao longo do ano e pautadas nos três eixos temáticos. Ao final da plenária, o documento foi entregue pessoalmente ao presidente Lula, que recebeu com entusiasmo e, dias depois, apresentou na Cúpula dos Líderes do G20.
Ao estimular a mobilização de cerca de cinco mil pessoas de movimentos e organizações da sociedade de todo o país para o evento, o governo brasileiro buscou ampliar a diversidade dos atores sociais, introduzindo também a dimensão regional. Ao final, o Brasil apresentou ao mundo um modo único de fazer política social, onde o diálogo e a inclusão são pilares centrais. Este "modo de fazer" não é apenas uma estratégia de governo, mas o reflexo de uma construção coletiva que nasce nas comunidades e se estende aos corredores de poder, conectando a base com as instituições.
O G20 Social foi, portanto, uma plataforma para mostrar como o Brasil valoriza e aprende com seus movimentos sociais. Estes, com suas formas de ação desenvolvidas organicamente, são fundamentais para a construção de soluções para problemas globais. O Brasil teve a oportunidade de mostrar ao mundo um modelo de participação social que emerge do encontro entre a capilaridade dos movimentos de base e a capacidade do governo de se conectar e aprender com eles.
O governo brasileiro acredita que essa experiência pode viajar para outros contextos, inspirando outros países a buscar soluções criativas e inclusivas para desafios que são comuns a todos. Sob a liderança do presidente Lula e coordenado pelo ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, o ineditismo do G20 Social deixa como legado para o mundo um modelo de inclusão e participação que colocou a sociedade civil no coração da agenda global.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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