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      Esmael Morais

      Jornalista e blogueiro paranaense, Esmael Morais é responsável pelo Blog do Esmael, um dos sites políticos mais acessados do seu estado

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      Gleisi Hoffmann anuncia “segundo tempo” do governo Lula

      Ministra promete que “Brasil vai dar a volta por cima” em evento que marca balanço de dois anos de gestão

      Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI)

      “O segundo tempo começou.” A frase lacônica da ministra Gleisi Hoffmann (PT), publicada em vídeo nesta quarta (2), resume o tom do governo Lula para os próximos anos. Responsável pela articulação política no Planalto, a petista adiantou o que será o evento “O Brasil dando a Volta por Cima”, marcado para esta quinta (3), em Brasília.

      O objetivo? Transparência e marketing político. O governo pretende exibir os números dos últimos dois anos, com direito a ministros, parlamentares e sociedade civil no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Mas, afinal, o que realmente mudou desde 2023? E o que esperar do chamado “segundo tempo”?

      Desde que retornou ao poder, diz o Palácio do Planalto, Lula herdou um país em frangalhos: inflação em disparada, desemprego recorde, fome recrudescendo e relações internacionais esgarçadas. Dois anos depois, o Palácio do Planalto garante que o Brasil “virou o jogo”. Será?

      Os números oficiais mostram avanços em áreas estratégicas, mas também desafios persistentes. Enquanto o PIB cresceu acima da média global, a reforma tributária ainda patina no Congresso. Enquanto o desemprego caiu, a violência urbana segue como dor crônica.

      O evento de quinta-feira não é apenas um balanço técnico. É uma jogada de antecipação política em um ano eleitoral decisivo (2026 vem aí). A equipe econômica quer mostrar que a retomada do crescimento é consistente, enquanto a ala social busca reforçar a narrativa de “Estado presente”.

      A oposição bate o pé, enquanto a situação comemora:

      - Oposição cética: líderes do PL já adiantaram que vão questionar os dados, especialmente sobre inflação e segurança pública.

      - Aliados entusiasmados: PT, PSB e PDT destacam a retomada de programas sociais e o aumento real do salário mínimo.

      A concentração de renda ainda trava o desenvolvimento do país:

      - Crescimento vs. desigualdade: O PIB avançou, mas o Brasil ainda é um dos países mais desiguais do mundo.

      - Combate à fome: O Bolsa Família ampliado atinge 20 milhões de lares, mas especialistas alertam para a necessidade de políticas estruturais.

      O “segundo tempo” promete ser ainda mais ofensivo. Entre as apostas do governo:

      - Acelerar o Novo PAC, com R$ 1,8 trilhão em investimentos.

      - Avançar na reforma tributária, especialmente com a taxação de super-ricos.

      - Consolidar o Brasil no cenário global, com a presidência do BRICS e da COP30.

      Mas há riscos:

      - Cenário externo desfavorável (crise geopolítica, recessão em parceiros comerciais).

      - Pressão fiscal (déficit público ainda preocupa economistas).

      - Desgaste político (Lula enfrenta resistência até na base aliada).

      Sobre o “segundo turno” do governo Lula

      Quais são os principais números do governo Lula em 2024?

      - PIB: Cresceu 3,4% em 2024, entre os 10 maiores do mundo.

      - Desemprego: 6,6%, menor taxa em 12 anos.

      - Combate à fome: Bolsa Família atinge 20 milhões de famílias.

      O que é o evento “O Brasil dando a Volta por Cima”?

      Um balanço oficial dos dois anos de governo, com participação de ministros e sociedade civil.

      O segundo tempo do governo Lula será mais difícil?

      Sim. O Planalto terá que lidar com reforma tributária, ajuste fiscal e pressão eleitoral.

      Gleisi Hoffmann não erra ao dizer que “o segundo tempo começou”. O governo Lula tem números para comemorar, mas o jogo político só tende a ficar mais duro. Além disso, a narrativa oposicionista ganhou velocidade nos últimos meses e isso derrubou a aprovação do governo.

      Se prevalecer a inflação dos alimentos e a queda na aprovação de Lula, a narrativa da “volta por cima” pode ruir.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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