Golpe de Estado na Coréia. O sonho da extrema direita no Brasil
Tudo que Bolsonaro não conseguiu, a Coreia está impondo
Geralmente, as grandes potências ocidentais costumavam fazer operações nas suas colônias para nada, a não ser, para mostrar a bandeira. Mostrar presença. Canhoneiras navegavam por rios asiáticos apenas para mostrar que o império estava presente, e possuía canhões. Se surgisse a oportunidade de matar três ou mais, para demonstrar respeito, melhor. A presença era sua própria justificativa. O simbolismo era tudo. Agora, esse tempo ficou para trás. A guerra é interna. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial no país, que é uma tentativa de golpe de Estado. Tudo que Bolsonaro não conseguiu, a Coreia está impondo. Enquanto a extrema direita luta para dizer que militares mirarem com uma arma no alvo, não é tentar matar, o presidente coreano coloca os tanques nas ruas e aquelas militares que não obedecerem, serão presos e declarados traidores da pátria.
Lembrando que Yoon Suk Yeol, conservador, ex-procurador geral que trabalhou com uma “Lava Jato” coreana, que venceu por uma margem muito pequena a esquerda coreana, representa a extrema direita, com seus ideais parecidos com Bolsonaro, tais como ser antifeminista, defender comidas de baixo padrão, além de defender o ditador coreano Chun Doo-hwan. Assim como todos os governos de extrema direita que acabam com a economia local, Yeol enfrentava duras manifestações contra seu governo e com o parlamento de oposição, a situação se agravou.
Rapidamente o presidente tratou de controlar a imprensa e tentou fechar o parlamento de oposição. O decreto de Lei Marcial urgente pode ser decretada por motivos de segurança nacional, guerra iminente ou conflitos internos e não contra o comunismo. Assim como os discursos vazios da extrema direita, alegando um inimigo invisível, a preocupação era que estavam tentando transformar a Coréia do Sul em Coréia do Norte. Sem nenhuma prova. O próprio partido de Yoon declarou não ia apoiar a decretação da lei marcial. Um possível Impeachment estava a caminho, sua esposa estava envolvida em um escândalo de jóias e acuado, resolveu decretar Lei Marcial para tentar unificar o país contra o inimigo mortal da extrema direita: O comunismo.
O Brasil conseguiu eliminar todas as tentativas de golpe, primeiro por incompetência de seus golpistas, que agora enfrentam a justiça com mais de 900 páginas de provas cabais. Na Coréia, era uma hora da manhã quando o presidente decidiu dar um Golpe militar. No mesmo momento, todos os parlamentares foram para o Senado pra votar contra o golpe e maia hora depois, a população já estava na rua contra o golpe. Lee Jae-Myung, liderou os outros 189 parlamentares para confrontar os militares e votar contra a Lei Marcial.
O soberano que tem o gesto imperial de visitar um hospital e ser solidário com seus entes é mais valioso do que aquele que age pela força. Nunca adianta nada, é apenas uma concessão ao efeito cênico. Como todo poder é simbólico e age simbolicamente, ele se revela na escolha de seus gestos. Nos dias de hoje, aquele inimigo dos anos 60, que comiam criancinhas no café da manhã, não adere mais a grande massa. A extrema direita tenta dialogar com essas simbologias atrasadas, usando tecnologia atual. Não adere mais aos dias atuais.
Enquanto isso, Kim Jong Um observa de longe as movimentações comendo pipoca e rindo das tentativas de obter uma ditadura, afinal a simbologia da Coreia do Sul significa que tem alguém no governo escolhendo gestos errados.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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