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    Aquiles Lins

    Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.

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    Governo Lula precisa de uma ministra como Gleisi

    Gleisi Hoffmann na Secretaria-Geral da Presidência reforça a base de apoio de Lula e fortalece a agenda progressista no governo Lula 3, escreve Aquiles Lins

    Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: RICARDO STUCKERT)

    A possível nomeação da presidenta do PT e deputada Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral da Presidência da República é alvissareira para a base de apoio ao presidente Lula. Se confirmada, 11 anos depois de deixar a Casa Civil, no governo Dilma Rousseff, Gleisi retornará ao Palácio do Planalto em meio a um governo de frente amplíssima. Sua presença, a primeira ministra mulher com gabinete no Planalto neste Lula 3, será essencial para equilibrar os diversos interesses e reforçar o protagonismo da esquerda na atual administração.

    A Secretaria-Geral da Presidência da República, desde o início do governo comandada por Márcio Macedo, é responsável por auxiliar diretamente o presidente da República na coordenação da articulação governamental, no relacionamento com a sociedade civil e na gestão das políticas estratégicas do governo. Suas atribuições incluem a supervisão de programas de participação social, transparência e acesso à informação, bem como a condução de ações voltadas à modernização administrativa e ao fortalecimento da comunicação institucional do governo federal. Além disso, a Secretaria-Geral desempenha um papel central na formulação de diretrizes para a organização interna do Executivo e na integração entre órgãos da administração pública.

    Gleisi se destaca como uma defensora aguerrida do governo Lula. Sua atuação firme e incisiva na oposição ao governo Bolsonaro e na defesa das pautas petistas consolidou sua posição como uma das figuras centrais do Partido dos Trabalhadores (PT). Da tribuna da Câmara, Gleisi não se furta ao enfrentamento político. Temas como regulação da mídia, taxação dos super-ricos, combate ao rentismo e fortalecimento do papel do Estado no desenvolvimento sempre estiveram entre suas bandeiras. Da tribuna das redes sociais, Gleisi também chegará para reforçar o time do governo, num momento de reformulação da estratégia de comunicação liderada por Sidonio Palmeira.

    O protagonismo de Gleisi na articulação política é inegável. Como presidenta do PT desde 2017, desempenhou um papel central na organização do partido em seu momento mais crítico, na condução de alianças e na formulação de estratégias eleitorais. Este acúmulo político junto com o alinhamento ideológico à esquerda vão garantir que pautas progressistas tenham maior peso e defesa dentro da estrutura administrativa.

    Neste segundo tempo do governo Lula 3, que já entregou muito ao país mas enfrenta um cenário desafiador para transformar seus dados positivos em percepção da população, a presença de Gleisi Hoffmann na Secretaria-Geral da Presidência, se confirmada, é um movimento político no qual Lula reforça a esquerda no seu entorno. Gleisi fará a defesa e promoção das pautas prioritárias do governo, essenciais para garantir a governabilidade e preparar o terreno para as eleições de 2026.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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