Guerra é dinheiro
"Mais um louco criminoso no poder e todos ficam anestesiados na reação, ainda mais que é o presidente de uma das maiores potências mundiais"
“War is money”, para a submissa versão linguística. Ou ainda, guerra é propaganda, ganhando quem consegue a melhor adesão ou simpatia.
Mais um louco criminoso no poder e todos ficam anestesiados na reação, ainda mais que é o presidente de uma das maiores potências mundiais. Porém, quando se constata o aumento dos gastos bélicos ao redor do mundo, vemos o que realmente está em jogo e quais são os interesses comerciais e capitalistas. Os dados mostram que apenas os EUA respondem por 40% dos gastos mundiais com defesa. Seguir o dinheiro continua sendo a melhor linha de investigação para saber o que está por trás dos acontecimentos aparentemente desconexos.
Procurando o fluxo das verdinhas, seriam as tarifas alfandegárias e congêneres entre os países também um instrumento para além do controle dos preços? Uma hipótese seria que também contribuem para marcar posição econômica e militar.
As tarifas internacionais incidem sobre o consumidor dos produtos, não sobre os governos. Com o “tarifa-aço” de Donald Trump, fica nítida a importância do Estado ter a prerrogativa de defender interesses nacionais nas negociações. Mas o grande mercado continuará o mantra da necessidade do estado mínimo (para os outros, é claro). Outra guerra, as mesmas vítimas.
A extrema direita vem usando fartamente a técnica do diversionismo, criando vários fatos e conflitos simultâneos para dar a falsa impressão de que se está resolvendo problemas, que, na verdade, não existem. As guerras fazem parte do pacote. Donald Trump, fiel escudeiro da causa, não usa de subterfúgios ou dissimulação para seus propósitos, e o mundo está assistindo anestesiado à nova ascensão do fascismo, como se tudo o que a Humanidade vivenciou no século passado fosse letra morta ou um pesadelo imaginado. A novidade do dia é a proposta de partilha da Ucrânia que nos faz lembrar a da Polônia no século XVIII e que teve forte impacto nas guerras mundiais subsequentes. Trump e seus asseclas estão, assim, procurando ganhar o prêmio de melhor roteiro não original adaptado.
A partilha da Ucrânia faz parte de um pacote de maldades globais, que inclui transformar Gaza em resort. Parece apenas devaneio, mas não é. O desejo norte-americano de os EUA serem os salvadores do mundo é fartamente refletido na indústria cinematográfica, o que nos faz pensar se são movidos por essa ficção, parte da cultura que acabou por ficar arraigada dentro de um povo. A título de exemplo, uma boa minissérie televisiva, baseada em quadrinhos, é Watchmen, cujos detalhes podem ser vistos aqui: https://www.imdb.com/pt/title/tt7049682/. É uma história distópica em que os EUA venceram a guerra do Vietnã e o país asiático tornou-se um estado associado. Esse trauma de guerras perdidas parece permanecer, pois até em “De Volta para o Futuro”, os surfistas do futuro (que já nos é passado de uma década atrás) vão para o Vietnã surfar. Férias, resorts, fatiamento de território – os anseios se repetem, na ficção e na realidade. Acho que uma boa ideia é conseguir um emprego de corretor de imóveis internacional.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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