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    Pedro Paiva

    Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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    JD Vance: vice de Trump se apresenta como o fascista "bem educado" em debate

    "J.D. Vance tinha um objetivo claro: defender a agenda de Trump, mas com uma roupagem diferente. Um fascista palatável aos eleitores indecisos", diz Pedro Paiva

    JD Vance e Tim Walz (Foto: Reuters/Mike Segar)

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    Na noite de terça-feira aconteceu o primeiro e último debate entre os candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos. De um lado o governador de Minnesota, o democrata Tim Walz. Do outro o senador por Ohio, o republicano J.D. Vance.

    Pra quem assistiu esperando a troca de farpas e acusações que se tornaram comuns desde 2016, quando Donald Trump concorreu pela primeira vez à Casa Branca, se decepcionou. O debate foi, surpreendentemente, um debate.

    J.D. Vance tinha um objetivo claro: defender a agenda de Trump e do movimento MAGA (Make America Great Again; torne a América grandiosa novamente, em inglês), mas com uma roupagem diferente. Um fascista palatável aos eleitores indecisos.

    O senador sorriu, brincou, disse concordar com Walz e os democratas em algumas questões e até mesmo se solidarizou ao adversário, quando esse contou que o filho testemunhou um tiroteio.

    Vance não mudou em nada, porém, a linha política: disse que a administração Biden, acredite, apoia pouco Israel, e que o Estado genocida deveria ter o suporte total dos EUA para fazer tudo o que quiser. Da segurança à inflação, jogou a culpa de todos os problemas do país no colo dos imigrantes.

    Tim Walz, que cunhou o adjetivo “esquisito” para descrever os republicanos, e principalmente J.D. Vance, começou a noite apagado. Mas o democrata teve momentos bons, quando conseguiu colocar o republicano contra a parede.

    O primeiro momento relevante foi a discussão sobre o aborto. Todas as pesquisas indicam que a maioria absoluta dos eleitores defendem a restauração do direito ao aborto a nível federal, algo que Trump se vangloria de ter destruído. Walz insistiu no tema e Vance teve que ficar na defensiva.

    Outro tema onde o democrata se saiu melhor foi a democracia. O governador soube usar a invasão do Capitólio contra o adversário, que se embaralhou e chegou a defender o direito das pessoas de espalhar desinformação.

    No geral, no entanto, o debate foi morno. Nenhum lado saiu como o vencedor incontestável, como Trump saiu no primeiro debate, contra Joe Biden, ou como Kamala Harris saiu do segundo.

    Faltam 33 dias para a eleição. Esse foi o único debate entre os vices, mas também, em princípio, o último debate da eleição. Kamala Harris segue pressionando Donald Trump, publicamente, para mais um encontro. O republicano, no entanto, já deixou claro que não participará de um segundo embate - a não ser que seja mediado pela conservadora Fox News.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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