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    Alex Solnik

    Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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    Kassab tem problemas com excesso de dinheiro há 20 anos

    Não é a primeira vez que Kassab tem problemas com excesso de dinheiro: as primeiras denúncias ocorreram há 20 anos; seu patrimônio aumentara 316% acima da inflação (de R$ 102 mil para R$ 985 mil), entre 1994 e 1998, período em que foi secretário de Planejamento do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta e, dez anos depois, em 2008, seu patrimônio declarado somava R$ 5.107.628,31

    Kassab tem problemas com excesso de dinheiro há 20 anos (Foto: Alan Santos/PR)

    A Polícia Federal encontrou R$300 mil reais em espécie no apartamento do atual ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, em São Paulo. A invasão domiciliar autorizada pela ministra da PGR, Raquel Dodge deu-se devido a delação de Joesley Batista de que Kassab recebeu mesada de R$350 mil reais por mês da JBS, entre início de 2015 e final de 2016, somando algo em torno de R$ 85 milhões. Uma baba.

    Não é a primeira vez que Kassab tem problemas com excesso de dinheiro.

    Primeiras denúncias ocorreram há 20 anos: seu patrimônio aumentara 316% acima da inflação (de R$ 102 mil para R$ 985 mil), entre 1994 e 1998, período em que foi secretário de Planejamento do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Dez anos depois, em 2008, seu patrimônio declarado somava R$ 5.107.628,31.

    Em 2004, a juíza Maria Gabriella Sacchi, da 11ª Vara da Fazenda Pública, determinou a quebra dos sigilos bancários do então candidato a vice-prefeito na chapa de José Serra (PSDB), sob a acusação de enriquecimento ilícito.

    Kassab afirmava estar tranquilo sobre as investigações, pois tal fato era atribuído ao "sucesso de suas atividades empresariais".

    Dois dias depois, um desembargador derrubou a decisão da juíza, indeferindo a quebra de sigilo. Em 2005, o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo confirmou arquivamento do inquérito de enriquecimento ilícito contra o vice-prefeito.

    A 20 de fevereiro de 2010, o juiz da 1ª zona eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Resende Silveira, cassou os mandatos de Kassab e da vice-prefeita de São Paulo Alda Marco Antônio por entender como ilegais as doações feitas pela Associação Imobiliária Brasileira (AIB), construtoras e Banco Itaú, mas, no dia seguinte, garantiu a permanência do prefeito de São Paulo até o julgamento final do processo de cassação de seu mandato.

    As doações ilegais somariam dez milhões de reais. As empreiteiras patrocinadoras teriam recebido 243 milhões de reais em contratos já pagos pela prefeitura desde 2009.

    Em 25 de maio de 2010, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo derrubou a cassação de Kassab e da vice Alda Marco Antônio, pois, segundo interpretação dos juízes do tribunal, não houve irregularidade nas doações, já que, por falta de provas, não foi possível estabelecer uma relação entre a Associação Imobiliária Brasileira e o sindicato do setor imobiliário.

    Em janeiro de 2014, a justiça absolveu Kassab da acusação de contratação irregular da empresa Controlar, responsável pela inspeção veicular em São Paulo. Kassab era suspeito de ter reativado um contrato já caduco assinado pelo então prefeito Paulo Maluf em 20017 e provocado um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Município.

    A decisão foi do juiz Luiz Raphael Nardy Lencioni Valdez, da 7ª Vara Criminal da Capital.

    Como se nota, todas as acusações e absolvições ocorreram no âmbito da Justiça municipal e estadual de São Paulo.

    Esse é o primeiro enrosco com a Justiça Federal.

     

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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