“Laranjagate” pode cassar chapa Bolsonaro-Mourão
"As revelações de hoje da Folha de S.Paulo são as mais graves desde a eclosão do “Laranjagate”, esquema do PSL que desviou verbas públicas de campanhas femininas para outras candidaturas", constata o jornalista Alex Solnik. "O que até agora parecia escândalo com potencial para derrubar ministro e cassar seis deputados do PSL de Minas pode ter consequências muito maiores", completa
As revelações de hoje da Folha de S.Paulo são as mais graves desde a eclosão do “Laranjagate”, esquema do PSL que desviou verbas públicas de campanhas femininas para outras candidaturas. Inclusive para a chapa presidencial, sabe-se agora, por meio de depoimento à PF e de planilha de gráfica.
O depoimento é do então coordenador da campanha de Marcelo Álvaro Antônio a deputado federal. A planilha, de gráfica que não consta da prestação de contas da campanha de Bolsonaro.
Quatro candidatas do PSL já confessaram ter recebido verba pública referente à cota obrigatória feminina, na campanha do ano passado, que tiveram de devolver a quem a forneceu.
Era Marcelo Álvaro Antônio, então presidente estadual do PSL e coordenador da campanha de Bolsonaro no estado o responsável pela partilha. A PF já descobriu que a verba foi desviada para empresas ligadas a ele.
O que até agora parecia escândalo com potencial para derrubar ministro e cassar seis deputados do PSL de Minas pode ter consequências muito maiores.
Bolsonaro estava resistindo a derrubar Marcelo Álvaro Antônio mesmo depois de denunciado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e as provas contra ele serem robustas.
Agora o motivo veio à tona. O ministro sabe demais. Coordenou a campanha de Bolsonaro no estado. Não pode ser melindrado, sob risco de botar a boca no trombone.
Acusado de três crimes – falsidade ideológica, apropriação indébita e associação criminosa – o ministro sem sobrenome pode puxar 14 anos de cana, se condenado.
Suponho que a oposição não vá deixar barato e a partir de amanhã comece a articular uma CPI do Laranjagate.
E Rodrigo Maia será pressionado a sair da sua zona de conforto e abri-la, diante dos claros indícios de crimes cometidos pela chapa presidencial do PSL. O desfecho poderá ser a cassação da dupla Bolsonaro-Mourão.
Claro que a guerra está apenas no começo. Bolsonaro e sua tropa de choque vão reagir com a truculência habitual, ameaçar e intimidar a “Folha” e os deputados que se atreverem a insistir na CPI. E seus generais entrarão em campo para protegê-lo.
Os próximos capítulos prometem.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: