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    João Renato Paulon

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    Lula, Antígona, direito natural e os obstinados de Curitiba

    Esqueçam essa fantasia! Lula é um corpo dócil: jamais fugirá ou ameaçará o estado de direito. Sua única ameaça é pensar em um Estado com justiça social

    Lula, Antígona, direito natural e os obstinados de Curitiba (Foto: RICARDO STUCKERT)

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    Reza uma certa tragédia grega trilogia de Sófocles (496-406 a.C) que Édipo, o Rei de Tebas foi amaldiçoado pelos deuses a ser destinado a casar com sua mãe, e a matar seu pai, e ascender ao trono da cidade, o que levaria a ser destronado e exilado. O trono passou a ser disputado pelo filho de Édipo e irmão de Antígona chamado Polinice que morreu na disputa. Antígona ficou sabendo da morte de Polinice é impedida de enterrar seu irmão, por Creonte (novo Rei de Tebas) o que causaria uma transição inadequada ao mundo dos mortos.

    Inconformada Antígona rebelou-se determinada a enterrar seu irmão e incitou Creonte pelo descumprimento das leis civis. Creonte contrariado com a rebeldia de Antígona, condena-a a morte: levada a uma tumba, onde permanecerá até morrer. Hemon, filho de Creonte e noivo de Antígona, suplica pela vida da noiva e é ignorado por seu pai. O adivinho Tirésias alerta Creonte, que sua sorte de Rei estaria por findar, já que sua obstinação em não enterrar Polinice iria dar cabo de seu governo. Em seguida Creonte fica sabendo que seu filho Hemon, desconsolado com a morte que seu pai destinara a Antígona, suicidara-se. Eurídice, esposa de Creonte, ao tomar conhecimento da morte do filho também se suicida. Assim Creonte perde todos seus familiares e o desastre desaba sobre Creonte, mesmo após ele ter voltado atrás em sua decisão de matar Antígona, pois os Deuses já estavam enfurecidos. A inconsciência de Creonte, desafiando os Deuses, produziu um arrependimento tardio.

    A tragédia remonta as consequências de se negar uma lei natural que transcende à dos homens e o imperativo termos consciência de nossos atos para que depois que a tragédia aconteça não apelarmos para um "é tarde demais", pois depois de iniciado o processo do desastre fica difícil controlar os acontecimentos.

    A República de Curitiba que se alastrou ao Governo Federal após combinação de desforços do consórcio milico-midiático-judicial-politico, recentemente foi provocada pelo refém Lula da Silva, através de sua Exa., a juíza da execução penal Carolina Lebbos, a se manifestar pela lei da execução penal que permite que o condenado preste as últimas homenagens ao familiar morto. O morto é o seu irmão Vavá muito próximo à Lula que faleceu dia 29.

    Os obstinados de Curitiba coligados pelo ódio psicanalítico negaram o pedido de Lula de dar o último adeus ao seu irmão, turbinados pelo juvenil charlatanismo do tuiteiro, investidor do programa Minha Casa Minha Vida, recebedor de auxílio moradia e nas horas vagas Procurador de Justiça Deltan Dellagnol ao dizer que as buscas de Brumadinho poderiam ser prejudicadas e potencial tumulto à ordem pública.

    Após tramitar em todas as instâncias, o atual presidente do STF, Ministro Dias Toffoli com o seu constrangedor assessoramento militar tomou a decisão que o corpo de Vavá seja levado para uma unidade militar, para evitar registros, contato com o povo, e quem sabe uma delirante fuga e tudo mais. Esqueçam essa fantasia! Lula é um corpo dócil: jamais fugirá ou ameaçará o estado de direito. Sua única ameaça é pensar em um Estado com justiça social.

    Os obstinados de sempre, e agora com a nova Juíza obstinada, dada a "ascendência" de Mr. Moroe para Ministério da Justiça, estão mexendo com o senso de justiça e a subjetividade do povo brasileiro. O senso de justiça dos deuses e o povo não é colonizável e estes podem ser enfurecidos. Os obstinados de Curitiba vivem uma releitura atualizada da tragédia grega, porém formada por gente sem qualquer traço de empatia e facilmente diagnosticáveis, para dizer o mínimo (o novo mal do século), dificilmente se suicidarão como familiares de Creonte. Conviveremos com eles por mais um tempo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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