Lula cancela Bolsonaro
Quem respeita a democracia é contra o cancelamento. Mas no caso de Bolsonaro, se ele não for cancelado quem será cancelado é o Brasil, diz Gustavo Conde
A despeito de todas as dificuldades em codificar as estratégias de comunicação de guerra de Bolsonaro, o ex-presidente Lula começa a dar uma lição de política e de marketing político.
Quem comanda a comunicação no PT é Lula. Ponto.
Ele é o diferencial, o enunciador singular que organiza o discurso político e a retórica da persuasão. Nenhum marqueteiro na face da Terra é capaz de fazer isso, quanto mais no Brasil - com todo o respeito.
Se houvesse um marqueteiro competente nesse campo complexo do combate aos enunciados fascistas, ele já deveria ter oferecido algum resultado prático em algum lugar do debate público.
A hesitação dos profissionais da comunicação resultou no efeito óbvio para o campo anti-Bolsonaro: Lula organizou a vacina para esmagar o neonazismo à brasileira.
Ele demonstrou isso na recusa em comentar o caso Daniel Silveira de bate-pronto. Causou revolta no jornalismo de cativeiro - cujo esporte preferido é cobrar Lula - e amorteceu a violência institucional do miliciano da República.
Com isso, Lula equaciona, finalmente - e de maneira singela -, o silenciamento gradual da verborragia tóxica de Bolsonaro. Os próximos ataques histéricos do Torturador-Geral da República serão respondidos com... Silêncio - para, depois, serem devidamente desconstruídos, debochados e cancelados.
Todos somos contra o cancelamento, por evidente. Mas temos de admitir o prazer que é testemunhar um acontecimento histórico: Lula cancela Bolsonaro.
Assista a Live do Conde sobre o tema:
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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