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      Esmael Morais

      Jornalista e blogueiro paranaense, Esmael Morais é responsável pelo Blog do Esmael, um dos sites políticos mais acessados do seu estado

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      Lula e Bolsonaro selam consórcio com Centrão de olho em 2026

      Petista e líder da extrema direita tentam atrair setores mais moderados do eleitorado, buscando romper a rejeição que a polarização tem gerado

      Lula e Bolsonaro (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado | REUTERS/Adriano Machado)

      Blog do Esmael - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estabeleceram, neste sábado (1º), uma aliança tácita na Câmara e no Senado, com vistas à sucessão presidencial de 2026. A movimentação dos líderes reforça o peso do Centrão no jogo político e desenha um tabuleiro onde ambos buscam consolidar apoio junto ao “centro”.

      Na prática, Lula e Bolsonaro apoiaram as candidaturas de Davi Alcolumbre (União-AP) à presidência do Senado e de Hugo Motta (Republicanos-PB) à Câmara dos Deputados. O resultado dessas eleições internas fortalece o Centrão como pilar de sustentação tanto do governo quanto da oposição, numa articulação que favorece os interesses de ambos os líderes.

      Bolsonaro busca anistia e sobrevida política

      O ex-presidente Bolsonaro teve que superar resistências internas no PL, especialmente da ala mais radical liderada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que relutava em aderir ao Centrão. No entanto, ao final do dia, o mineiro recuou e seguiu a orientação de Bolsonaro.

      Nos bastidores, o apoio do PL ao novo comando do Congresso visa um objetivo estratégico: garantir a tramitação de projetos que possam anistiar os condenados pelos atos do 8 de janeiro e flexibilizar a Lei da Ficha Limpa, reduzindo a inelegibilidade de oito para dois anos. Se aprovado, Bolsonaro poderia recuperar sua elegibilidade a tempo de disputar o Palácio do Planalto em 2026.

      Lula se escora no Centrão para aprovar pautas impopulares

      Do lado do Palácio do Planalto, a aproximação com o Centrão tem motivação pragmática. Hugo Motta e Davi Alcolumbre servem como ponte para a aprovação de medidas impopulares, como, por exemplo, os cortes em verbas sociais e a limitação nos reajustes do salário mínimo, aposentadorias e pensões, parte do chamado “Plano Haddad” –aprovados no apagar das luzes de 2024. Essa articulação reduz o desgaste direto do governo e transfere parte da responsabilidade para o Congresso.

      Não é à toa que Lula recebe, nesta segunda-feira (3), os novos presidentes da Câmara e do Senado para um café da manhã no Palácio da Alvorada, simbolizando a consolidação do pacto político.

      2026: um cenário polarizado com nuances centristas

      A movimentação de Lula e Bolsonaro indica que ambos tentam atrair setores mais moderados do eleitorado, buscando romper a rejeição que a polarização tem gerado. Enquanto Bolsonaro precisa ampliar sua base para viabilizar sua volta ao poder, Lula precisa de estabilidade política para governar e preparar terreno para a reeleição ou fazer um sucessor petista.

      O Centrão, por sua vez, segue como fiel da balança, explorando ao máximo seu poder de barganha, seja para viabilizar projetos ou para definir as regras do jogo eleitoral de 2026.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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