Lula fez revisão histórica da Lava Jato e mostrou à mídia tradicional que quem escreve a História é o vencedor
A mídia tradicional e seus porta-vozes ouviram o discurso do presidente em Pernambuco com paúra do revisionismo histórico das versões da Lava Jato que adotaram
O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco, durante a retomada das obras de ampliação da Refinaria do Nordeste, desconcertou a choldra da mídia tradicional brasileira e os devolveu ao nicho onde reinaram plenos e absolutos entre 2015 e 2020: o de arautos da fracassomania brasileira, de molas propulsoras do discurso de ódio utilizado sem parcimônia pela extrema-direita como matéria-prima para dividir a sociedade e estigmatizar a política. Agem como os áulicos dos pregadores do fim do mundo que fornecem o tamboretes para caricaturas de Antônios Conselheiros de redes sociais pregarem boçalidades dogmáticas à guisa de provas ou razões. Usam seus recalques, dos quais o País está farto, porque temem - têm verdadeira paúra - das necessárias ações de reparação moral e pecuniária que pessoas físicas, empresas e corporações devem abrir na Justiça a fim de se enterrar de vez a Lava Jato e a ideia de que a nefasta e anti-republicana associação feita por procuradores da República com um ex-juiz suspeito e desmoralizado, e também com integrantes das redaçõe e das direções de veículos de comunicação, produziu algo de bom para o Brasil.
A seguir, nomeio e identifico alguns deles. Não tenho inimizade especial ou direta com nenhum. Até me considero amigo de um ou outro. Mas, como as amizades não anulam as divergências, ao contrário, devem se alimentar delas para crescer e se consolidar, faço isso porque o assassinato de reputações foi sempre tática da qual lançaram mão para calar, censurar, deprimir e tentar desmoralizar as vozes dissonantes - inclusive a de jornalistas, sobretudo a daqueles que abandonaram chefetes e capatazes de redações falando ao léu e trilharam caminhos divergentes em pltaformas ou veículo incipientes da mídia digital independente.
Carlos Alberto Sardenberg, Merval Pereira, Lauro Jardim, Vera Magalhães, Demétrio Magnoli e Malu Gaspar, em O Globo, CBN, G1 e GloboNews; Dora Kramer e Bruno Boghossian, na Folha de S Paulo; Josias de Souza, no uol; William Waack, na CNN; os editorialistas da Folha de S Paulo e de O Estado de S Paulo; as redações inteiras das desmoralizadas e partidarizadas revistas “Oeste” e “Veja”: eis a choldra que ladra, chora, gane, faz contorcionismos verbais e tenta de todas as formas manter a História da Lava Jato, de suas injustiças, de seus justiçamentos e de suas inúmeras tragédias pessoais, familiares e corporativas preservada sob o prisma da versão como a escreveram enquanto venciam as batalhas da guerra suja. É certo que deixei de fora alguns nomes e um ou outro veículo - seja da mídia tradicional, seja desse ecossistema grotesco que é a rede de sites e perfis da extrema-direita. Os que me ocorreram neste momento, e a propósito da reação figadal que tiveram ao correto discurso presidencial na RENEST - Refinaria Abreu e Lima, foram os indicados acima.
O retorno de Lula, do Partido dos Trabalhadores e das lentes da esquerda brasileira ao poder ao cabo de um guerra de guerrilhas ideológicas mantida entre 2013 e 2022 devolveu aos antagonistas do lavajatismo o controle sobre o software com o qual se redigirá a verdadeira e derradeira História da Lava Jato - e ela não é nada boa nem auspiciosa para o cultores de recalques e profissionais da disseminação de grandes mentiras travestidas de pequenos e pontuais fatos costurados com linha do medo da ascensão social e da mobilidade concedida as estratos reunidos na base da pirâmide social. Em seu discurso, que foi coeso, completo e não foi lido - ele sequer fez uso de cartões com palavras-chave ou bullets - o presidente da República lembrou de listar as 58 capas de revista (90% delas de “Veja”) das quais foi vítima e alvo central de reportagens vazias. Deixou de falar nas centenas - centenas - de horas dedicadas a pautas sempre contrárias a ele, com direito de defesa meramente formal, aberto apenas à “manifestação dos advogados” - nos telejornais (sobretudo aqueles dos canais das Organizações Globo). Um dos profissionais supracitados escreveu até um livro, catapultado nas plataformas de vendas on line pelas empresas de mídia na qual trabalha, entrevistando as delações premiadas (instrumentos de trabalho dos procuradores e do juiz lavajatistas, método de extração ilegal de pseudoconfissões de crimes). Uma das maiores corporações empresariais do País, a Odebrecht, era o centro dessa obra tendenciosa de mau jornalismo. Escassos são os “fatos” ali narrados que param de pé depois das inúmeras revisões judiciais e reviravoltas das delações. É daí que vem a paúra, o medo mesmo, desses repórteres, editorialistas, colunistas e comentaristas que se vergam às estruturas de comando de suas empresas e se deixam usar como correias de transmissão da máquina de moer gente e fabricar versões destinadas a enquadrar a História de acordo com sua vontades. O objetivo final é se manterem distantes de ações judiciais que lhes cobrem o custo dos empreendimentos destruídos, dos empregos perdidos, das empresas quebradas, das famílias desfeitas, das mortes advindas e das biografias destroçadas em meio a sanha udenista que tinha agenda e tinha metas, mas, perdeu a guerra.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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