Lula tem oposição de esquerda
"A oposição de esquerda a Lula é tão ou mais virulenta que a oposição bolsonarista", escreve Eduardo Guimarães
Temos visto uma interminável fila de analistas de todos os matizes político-ideológicos e escolas quebrando suas cabeças laureadas para encontrar a razão pela qual, mesmo com o país melhorando a passos largos, a popularidade do governo e de seu titular não cresce.
No último sábado, escrevi sobre o assunto, mas com foco na visão irracional de setores da esquerda que atacam o governo que nos separa do neonazismo bolsonarista por exigirem que o presidente Lula se acumplicie ao golpe eleitoral na Venezuela, enquanto minimizam um risco que assombra a humanidade apenas porque Donald Trump é amiguinho de Vladimir Putin.
Infelizmente, é muito pior que isso. Parcela pequena, mas extremamente barulhenta do campo político-ideológico de onde se originou o atual governo ajuda a extrema-direita a sabotá-lo. E piora mais: faz isso achando que não está fazendo e que é sua obrigação criticar o governo se este não seguir, ipsis litteris, a cartilha ideológica de gente que crê em revolução socialista em pleno século 21.
O artigo "A Volta das Burradas de Junho de 2013" gerou comentários dos que motivaram o texto, que revelam que esse setor da esquerda não está apenas sendo turrão porque não vê suas idiossincrasias sobre política externa ou sobre economia contempladas; atua de forma sistemática para desmoralizar o governo Lula sem se importar ou refletir sobre o fato de que está ajudando a extrema-direita.
Enquanto a centro-esquerda e a centro-direita enxergam um risco inaceitável e ameaçador no bolsonarismo, essa gente não está nem aí. Enquanto o Mundo Livre se assusta com as sandices e ameaças de Donald Trump, os kamikazes de esquerda dizem que não têm a menor preocupação com ele e que o barato deles mesmo é santificar Nicolás Maduro, Vladimir Putin, Daniel Ortega e outros bichos.
Aliás, a relação amistosa entre Trump, Bolsonaro e Putin levanta até uma certa simpatia pelo nazista de cabelo amarelo. Putin é pop.
A oposição de esquerda a Lula quer também um estelionato eleitoral de Lula contra a Frente Ampla que lhe permitiu se eleger. Não aceita que os setores de centro-direita dessa rede participem do governo, não aceita o Marco Fiscal, não aceita a Reforma Tributária, não aceita responsabilidade fiscal, não aceita medidas que nos estão levando ao Grau de Investimento.
A oposição de esquerda a Lula é tão ou mais virulenta que a oposição bolsonarista. Usa insultos parecidos ou idênticos, questiona sua capacidade decisória e já nutre esse rancor desde que o presidente escolheu Geraldo Alckmin como seu vice.
A oposição a Lula acha que ajuda o país ajudando a inflar seus índices de desaprovação nas pesquisas ao responder com reprovação a ele nas sondagens dos institutos. Sondagens que dão os números medíocres a um presidente e a um governo que tantos avanços têm logrado, atraindo investimentos estrangeiros como nunca.
Se Lula, seu governo e a Secom quiserem melhorar sua aprovação, devem criar alguma estratégia para lidar com essa gente. Não são muitos, mas ajudam a difamar o presidente e a sua administração. Talvez um bolsa-psicanalista ajude.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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