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      Fernando Lavieri

      Jornalista, com passagens pela IstoÉ e revista Caros Amigos

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      Lula terá de enfrentar Trump

      O presidente dos Estados Unidos quer os líderes políticos de esquerda da América Latina a seus pés

      Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

      Mire novamente a imagem de Donald Trump e Benjamin Netanyahu sentados lado a lado. Agora, pense em Elon Musk no púlpito fazendo gestos nazistas. Essas cenas resumem o novo mandato de Trump, ou seja, a Casa Branca se tornou o palco que reúne tudo que há de pior na humanidade. Pode se dizer, assim, que Lula terá tarefa difícil em âmbito internacional. De largada, o presidente do Brasil está certo e manteve a coerência ao enfrentar retoricamente Donald Trump, no que tange a insinuação maldosa feita por ele de remoção do povo palestino de seu território. Cena sórdida que entrou para história: Trump, com voz aveludada, quase em prantos, se dizendo preocupado com a situação e futuro dos palestinos. Cínico! Na verdade, trata- se apenas de mais uma mentira do estadunidense. Trump, assim como o sionismo, pensa na “solução final” e quer varrer os palestinos de seu lar.

      Com a reeleição de Donald Trump a doutrina Monroe está explícita e, portanto, é fundamental a união plena das lideranças políticas de esquerda latino-americanas. Lula, presidente do Brasil, conta com o respeito popular em toda região e deve reger a organização junto a seus colegas: Claudia Sheinbaum, do México, Yamandú Orsi, Uruguai, Gabriel Boric, Chile, Luis Arce, da Bolívia, Gustavo Petro, Colômbia e, imprescindível, Nicolás Maduro, Venezuela, Daniel Ortega, Nicarágua e Miguel Díaz-Canel, de Cuba. Mais: é necessário que todos os órgãos de integração latino-americana sejam reformulados, revigorados para barrar o avanço do imperialismo estadunidense na região. Nesse momento, os instrumentos utilizados por Trump são, sobretudo, os meios econômicos e eletrônicos, mas quando se trata dos EUA sempre há possibilidade de intervenção militar. 

      As Nações latino-americanas terão de mudar a sua postura política frente a nova fase dos Estados Unidos. Melhor assim, pois com Trump, as ilusões acabaram e chegou o tempo de ver o monstro com a sua face verdadeira. O Soft Power intervencionista das agências humanitárias acabou e o jogo tende a endurecer. Dessa maneira é fundamental que o Itamaraty (ainda com nuances bolsonaristas) mude radicalmente sua atuação. O órgão, em outras palavras, deve alinhar o seu trabalho com base na história das intervenções tirânicas do Tio San sobre os países latino-americanos. Nos quatro anos de governo, Donald Trump não aceitará soberania alguma que esteja fora de seu jugo.

      Donald Trump em seus discursos imorais na Casa Branca mostra semblante arrogante, ele acredita piamente que não será contido nem pela Suprema Corte de seu país. Neste primeiro mês de governo sua jogada é colocar o mundo estupefato com seus rompantes agressivos e decretos infinitos para reafirmar o seu poder. Mas sabemos que a mentira faz parte da estratégia da extrema direita desde o fascismo, com trinta dias de mandato, Trump não conseguiu alterar de fato a situação complexa e macabra na Faixa de Gaza e Ucrânia. É fundamental que Lula e seus colegas do mesmo campo político vejam Trump não como democrata, mas como alguém que está longe de ser o baluarte da paz.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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