Lula transfere votos?
Certeza mesmo só com Lula na disputa. Com ele, todo mundo sabe, é conversa para lá, conversa para cá e o Brasil sai do Mapa da Fome virando credor do FMI. Sem ele, ninguém sabe no que pode dar e todos os sinais apontam para o desconhecido
A pesquisa Datafolha mostrou que, apesar de condenado, o ex-presidente Lula manteve a liderança das intenções de voto, só que parece ter perdido o poder de transferir popularidade.
Sem ele, só um pouco dos seu votos migrou para Marina Silva e Ciro Gomes. Com leve vantagem para a primeira, são dois candidatos completamente diferentes, desenhando um fluxo difícil de decifrar e, sobretudo, sem qualquer garantia de que pelo menos um dos dois estaria no round seguinte.
Jaques Wagner, ex-ministro e ex-governador, como plano B do próprio PT, e Guilherme Boulos, o escudeiro de Lula no PSOL, fazem 2% e 1% no máximo. Ambos ultrapassados por Manuela D'Ávila, que chega a apenas 3%, porém sem o recall de uma vinculação de imagem mais densa com a dele.
Outro indicador deste novo cenário é o alto grau de votos brancos e nulos caso confirmada a interdição.
Há conta, claro, para o gosto do freguês.
Pode se considerar o aumento da rejeição a um nome apoiado por ele ou se somar os que votariam com certeza numa indicação de Lula, os que talvez e mais a intenção de voto originalmente registrada: seria certa a vaga no segundo turno. Só que isso vira uma guerra tanto no meio dos especialistas quanto no dos achólogos, e os números não autorizam expressamente a segunda opção.
Do outro lado da pista, não há nada auspicioso.
A aposta em Geraldo Alckmin não decolou. Ele não só não cresceu como ficou em empate técnico com Doria Jr e Luciano Huck. Só que o primeiro não está mais candidato e o segundo sequer chegou a ser, mantendo-se assim por ora.
Outras opções do governismo, Henrique Meirelles e Rodrigo Maia estacionaram no 1%, fazendo da candidata comunista quase que um fenômeno da crise democrática.
Jair Bolsonaro, sem Lula, preservou a dianteira sem maiores abalos decorrentes das denúncias da Folha de São Paulo. Com o ex-presidente, resguardou a segunda colocação.
Então, certeza mesmo só com Lula na disputa. Com ele, todo mundo sabe, é conversa para lá, conversa para cá e o Brasil sai do Mapa da Fome virando credor do FMI. Sem ele, ninguém sabe no que pode dar e todos os sinais apontam para o desconhecido.
Para além de aceitar ou não injustiça, parece que "o povo" acha mesmo é que o Brasil precisa de Lula. E que a solução para a crise democrática é reincluir os pobres no orçamento.
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