Mais cobranças e menos ajuda para as escolas paulistas: São Paulo transformando-se em Paraná

Enquanto ocupante da função de Secretário da Educação do Estado do Paraná, de 2019 a 2022, sob uma perspectiva quantitativa de ensino, Renato Feder, atual secretário da educação paulista, está fazendo o mesmo ao estado de São Paulo.

Por meio da Resolução Seduc N° 12, de 23/01/2024, que altera a Resolução Seduc N° 4, de 19/01/2024, quaisquer diretores ou vice-diretores paulistas devem ter bons indicadores escolares, pelo painel Super BI, que gera resultados sobre frequência discente, participação discente em avaliações externas, porcentagem de acertos em habilidades de cada componente curricular, etc.

Além disso, há o condicionamento às médias do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), indicando que os resultados sobre avaliações externas são mais importantes do que tudo.

Sabe-se que bons resultados não dependem somente da ação de realizar preparação para provas e tão somente aplicá-las, notadamente. Mas, sim, de toda uma preparação sobre o entorno do estudante, como valorização de um currículo real, condições, infraestrutura, quantidade de profissionais e acolhimento favorável, entre outras questões, de modo a condicionar, incentivar e prepará-lo para o êxito.

Apesar das existências sobre os fatos importantes acima, a decisão da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) compromete a estabilidade dos gestores paulistas em suas unidades escolares. Por isso, desconsidera questões sociais relevantes entre estudantes e profissionais, como vínculos afetivos, outros tipos de superação ou de conquista, etc.

Contudo, perante essa educação empresarial ou Educação Bancária, cujos professores somente ensinam aquilo que os alunos devam aprender para terem boas notas em avaliações externas, de maneira tradicional, não “sobra espaço” para, de alguma maneira, haver críticas sobre as diferentes e complexas realidades que os envolve, pois todos “tornam-se apenas números”, simples e regressivamente.