Marçal é candidato do PRTB ou do PCC?
Nem ele tem certeza. Árvore envenenada dá frutos envenenados
O presidente nacional do PRTB chama-se Leonardo Avalanche. Claro, Avalanche é apelido. E todo apelido só pega quando é a cara da pessoa.
No dia 19 de junho último, o secretário-geral do partido, Marcos Andrade e a ex-vice-presidente, Rachel de Carvalho entraram com uma denúncia contra Avalanche no TSE, segundo a qual ele estaria vendendo cargos no partido para, dessa maneira, obter maioria para indicar candidatos às prefeituras que ele quisesse.
Rachel de Carvalho afirma ter renunciado ao cargo sob ameaças de morte do próprio Avalanche. Aos repórteres Matheus Teixeira e Cézar Feitoza, da Folha, ela deu detalhes:
“Ele me chamou na mesa e falou para mim: no dia em que eu falar para você pegar sua vara e ir pescar, é porque eu vou te matar”.
A viúva de Levy Fidelix, fundador do PRTB, Aldinéia Fidelix, também acusa Avalanche de ter dado um golpe para se tornar na prática em dono do partido, alijando-a da presidência em São Paulo, e essa acusação foi destravada, anteontem, pela presidente do TSE, Cármen Lúcia. Ela intimou Avalanche a se explicar.
No mês passado, a Folha publicou uma conversa de Avalanche, na qual admite que seu motorista tem ligações com “Piauí”, um ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis e que ele, Avalanche, foi o responsável pela libertação de André do Rap (chefão do PCC agraciado com habeas corpus do então ministro do STF Marco Aurélio Mello) e que isso era seu “dia a dia”.
Investigação da polícia paulista descobriu que o chefe do PCC na Zona Leste, o “Coringa”, permutou cocaína com uma BMW com Tarcísio Escobar e Júlio César Pereira, o “Gordão”, ambos aliados de Avalanche. Escobar foi até presidente do PRTB em São Paulo, indicado por Avalanche, mas teve de sair três dias depois, pois nem título eleitoral tinha.
Ontem, na entrevista à GloboNews, o próprio Pablo Marçal admitiu não ter certeza se Avalanche, que o indicou candidato, tem ou não ligações com o PCC. Por ele, “pode investigar todo mundo”.
Se nem ele sabe se o seu partido foi infiltrado por essa facção do crime organizado, como o eleitor vai saber? Como ter certeza se o voto em Pablo Marçal é um voto para o PRTB ou para o PCC?
Enquanto essa dúvida não for esclarecida, nem o partido nem o candidato deveriam continuar na disputa.
Muito menos pode valer o registro de uma candidatura escolhida por um presidente envolvido em tantas denúncias cabeludas. Uma árvore envenenada dá frutos envenenados.
Marçal é candidato do PRTB ou do PCC?
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