Marionetes neoliberais
Temos que trabalhar para interromper este ciclo de destruição das conquistas dos trabalhadores. E para interromper este ciclo só existe uma ação: revolução
Na década de 80 do século passado, a dupla Reagan e Thatcher fincou fundo a bandeira do neoliberalismo no planeta.
Da mesma forma que Armstrong disse a icônica frase:
“Esse é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade”; a dupla citada cunhou no pensamento ocidental algo que poderia ser traduzido como:
“Esse é um pequeno passo para o capitalismo, mas um grande passo para o imperialismo ocidental “.
A partir dos governos desta dupla, a história do Capitalismo no planeta mudou totalmente. A obtenção de lucro através da produção industrial se transformou na financeirização total da economia e a perda de direitos sociais dos trabalhadores se intensificou enormemente.
Independentemente de quem esteja governando o país, quem tem o poder nas mãos são as grandes empresas financeiras. Atualmente podemos destacar a Black Rock, a Vanguard e a State Street como sendo as representantes do poder neoliberal, pois estas empresas têm participação acionária em todas as grandes empresas do planeta. Anteriormente sabíamos quem eram os donos das empresas, mas no momento, os chamados “grandes empresários” se tornaram meros testas de ferro à frente das empresas, pois as ações delas estão pulverizadas no mercado financeiro.
Atualmente, não faz diferença quais ideologias seguem os que governam os países, o que realmente ocorre é que os governantes estão fortemente submetidos ao Sistema Neoliberal que a tudo e a todos domina. Assim sendo, é possível perceber que os governantes são como marionetes controladas por fios. Em alguns casos os fios são bem visíveis, em outros menos, mas os fios estão ali, sempre muito presentes e atuantes no controle governamental. Assim atua o poder, ou melhor dizendo, o Real Poder no domínio dos governos. Esta palavra, “Real”, é bem adequada a situação atual, pois está ligada diretamente ao novo tipo de “Realeza” que surgiu com o rentismo, onde o poder do dinheiro financeirizado se transmite através das heranças e condena os demais da sociedade, a população, a subserviência. Ou seja, vivemos o que podemos chamar de Monarquia Absolutista Neoliberal Mundial, a qual promoveu a maior concentração de renda e riqueza da História.
No Sistema Neoliberal, a propaganda ganha grande destaque, pois é ela que propaga a filosofia do Neoliberalismo pelo mundo, de forma muito eficaz, por sinal. Devido a isso, vemos trabalhadores que vivem à margem da sociedade, devido à extrema exploração de seu trabalho, defendendo coisas como o Estado mínimo e a meritocracia. A atuação da propaganda tornou a filosofia neoliberal um senso comum na sociedade, algo muito parecido com uma “verdade absoluta”. Os que a criticam seriam os “hereges” desta “religião” do capital financeirizado. Esta filosofia substituiu o “nós somos” pelo “eu sou”, estabelecendo um hiper-individualismo na sociedade. A competitividade foi estabelecida inclusive nas equipes de trabalho, as quais deixaram de lado a colaboração e abriram alas para a competição. Consequentemente, esta propaganda em prol da individualidade, abriu espaço para a amplificação do egoísmo exacerbado na sociedade.
Poucos países buscam se opor a esse sistema de hiperexploração dos trabalhadores. E não por coincidência, os que se opõem são países que têm uma história de revolução proletária. Os líderes revolucionários desses países são chamados pelas “realezas neoliberais" de: ditadores, comunistas, assassinos, fundamentalistas religiosos, terroristas, etc; ou seja, essas “Realezas” acusam os seus inimigos daquilo que elas em realidade são. Os opositores destas “Realezas” sofrem as consequências desta oposição. Para estes que fazem parte do Real Poder, vale tudo para manter as zonas de influências e o domínio no planeta.
Essas “Realezas” neoliberais mantém o seu poder através da força, como aliás, sempre foi. Essa força se apresenta de muitas formas, como por exemplo: bloqueio econômico, protecionismo, guerra comercial, revolução colorida, guerra híbrida, guerra quente, corrupção de governos, genocídio, e tudo o mais que for necessário para manter o domínio de espectro total nos governos ao redor do mundo.
A troca da palavra revolução por mitigação (das perdas dos trabalhadores), como uma forma de ação, pode até ser útil para conquistas provisórias de direitos por um governo de esquerda, mas não funciona no que diz respeito à tomada do poder. Governar sem ter o poder nas mãos não consolida as conquistas dos trabalhadores, somente dá um alento de curta ou no máximo média duração, pois logo as conquistas são destruídas quando se assume um governo que trabalha contra os interesses dos trabalhadores. É exatamente isso o que temos visto ocorrer ao longo da história: vemos as conquistas dos trabalhadores desmoronarem diante de nossos olhos como um frágil castelo de cartas.
Somente agindo de forma revolucionária é possível enfrentar esse Real Poder Neoliberal, não há outra forma, pois, sem revolução, o máximo que se consegue é mitigar a exploração que é feita pelo neoliberalismo sobre seus dominados. E é justamente isso o que constatamos nas alternâncias de governo ao redor do planeta: em um momento há um governo que trabalha em prol do bem-estar social dos trabalhadores e em um momento posterior assume um governo que destrói todo o parco bem-estar social conquistado anteriormente. Assim entramos em um ciclo de construção, destruição, reconstrução e nova destruição. Uma “Roda de Samsara” sem fim, que nos dá a impressão de não estarmos saindo do lugar e outras vezes parece que estamos retrocedendo.
Temos que trabalhar para interromper este ciclo de destruição das conquistas dos trabalhadores. E para interromper este ciclo só existe uma ação: revolução.
Sem revolução, prosseguiremos andando em círculos, como “baratas tontas”. Continuaremos somente mitigando as perdas por um breve período. E em verdade, permaneceremos sem sair do lugar.
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