Moedas diferentes: barbárie ou civilização
O jurista e professor de Direito Leonardo Yarochewsky rechaça o argumento que vem sendo propagado por alguns candidatos de que Bolsonaro e Haddad são 'dois lados da mesma moeda'; "Na verdade, são 'moedas' bem diferentes. Se é certo que na candidatura do capitão do exército encontramos um radical de extrema-direita, não podemos afirmar que na candidatura do petista Fernando Haddad vamos encontrar o oposto, ou seja, uma candidatura de extrema-esquerda", diz ele; "Somente aqueles que não têm compromisso com a democracia são capazes de negar que o PT jamais colocou em risco a democracia e os seus princípios norteadores", afirma
Ao contrário do que vem sendo propagado por alguns candidatos, Bolsonaro e Haddad não são "dois lados da mesma moeda". Na verdade, são "moedas" bem diferentes. Se é certo que na candidatura do capitão do exército encontramos um radical de extrema-direita, não podemos afirmar que na candidatura do petista Fernando Haddad vamos encontrar o oposto, ou seja, uma candidatura de extrema-esquerda.
Enquanto Jair Bolsonaro fez fama defendo a ditadura militar, torturadores, guerra civil e fez do ódio alimento para sua política racista, machista, sexista e homofóbica, deixando claro sua ideologia fascista e, portanto, de extrema-direita, Fernando Haddad - professor, mestre em direito e doutor em filosofia – se notabilizou pelo seu trabalho de democratização de acesso as universidades frente ao Ministério da Educação do governo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro e seu vice Mourão, em diversas manifestações públicas, deram clara mostra de que não respeitam e não respeitarão as regras do jogo democrático.
Já o PT (Partido dos Trabalhadores) do candidato Fernando Haddad, desde a data da sua fundação em 1980 até os dias atuais, jamais – ao contrário do que insistem os antipetistas – deixou de reconhecer a importância da democracia e das instituições democráticas. Eventuais criticas ofertadas pelo Partido foram feitas sempre nos limites impostos pela própria democracia e em respeito ao Estado de direito.
Em treze anos de governo do PT nunca se viu qualquer radicalização ou ato que pudesse ser caracterizado como de extremismo.
Somente aqueles que não têm compromisso com a democracia são capazes, em nome de interesses menores e escusos, de negar que – mesmo cometendo erros – o PT jamais colocou em risco a democracia e os seus princípios norteadores.
Por tudo, qualquer colocação de que Bolsonaro e Haddad são "faces da mesma moeda" é totalmente equivocada. É certo que a candidatura do capitão está impregnada da ideologia fascista, já a candidatura de Fernando Haddad, antes de tudo, é uma candidatura democrática e comprometida com os valores insculpidos na Constituição da República.
Assim, ao que tudo indica, teremos a confirmação no próximo domingo (7) de que no Segundo Turno da eleição presidencial teremos de um lado um candidato que com sua ideologia fascista representa a barbárie e do outro um candidato comprometido com o Estado democrático de direito que representa a civilização.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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