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    Alex Solnik

    Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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    Moro quer condenar “The Intercept” como condenou Lula

    "Perseguir The Intercept Brasil pelas vias financeiras foi a pior decisão que Moro tomou desde o início do escândalo que o colocou na frigideira. Está comprando briga não somente com o veículo que obteve revelações gravíssimas acerca da condução que deu ao julgamento do ex-presidente Lula, mas com todos os outros que têm tido acesso ao material e comprovado sua autenticidade", afirma Alex Solnik

    (Foto: MJSP)

    A falta de respostas à pergunta mais insistente do dia – o sr. confirma que a Polícia Federal está investigando as contas do The Intercept ?– somente aumentou a desconfiança de que a suspeita é verdadeira. Calar é consentir. O ditado é velho, mas ainda não foi revogado.

      Perseguir The Intercept Brasil pelas vias financeiras foi a pior decisão que Moro tomou desde o início do escândalo que o colocou na frigideira. Está comprando briga não somente com o veículo que obteve revelações gravíssimas acerca da condução que deu ao julgamento do ex-presidente Lula, mas com todos os outros que têm tido acesso ao material e comprovado sua autenticidade.

      Está comprando briga, inclusive, com a imprensa internacional, à qual The Intercept Brasil se vincula, que já estava indignada com o teor das mensagens e agora está escandalizada com a reação do atual ministro da Justiça, típica de ditaduras. Moro já recebeu uma avalanche de críticas e ela tende a aumentar.

      Pressionar e intimidar com o propósito de paralisar as publicações ou revelar a fonte é estritamente proibido pela constituição. É mais uma ilegalidade que vai para a sua conta. Ainda que não fosse ele o mandante da investigação, deveria, como ministro da Justiça, reprimi-la por ser ilegal.

      Mas que nada! Moro tem se comportado desde a eclosão das mensagens da mesma forma que se comportou no julgamento do ex-presidente Lula.

      Outro em seu lugar, estando seguro da inocência, já teria pedido para se afastar do ministério enquanto rolassem as investigações. Para ser investigado imparcialmente.

      Ele não se afasta porque sabe que cometeu violações às leis e precisa continuar no ministério para se proteger e ao mesmo tempo atacar o mensageiro. Ele não se afasta porque ser imparcial não é o seu forte.

      O que ele pretende é embaralhar as investigações, acusando quem o acusa. Não se importa com a verdade factual e sim com a verdade a seu favor.

      Não por outro motivo nem ele nem os demais procuradores entregaram até agora seus telefones à perícia, o que poderia provar a veracidade ou falsidade das mensagens.

      Moro pretende condenar “The Intercept” como condenou Lula, com provas ou sem provas.Moro quer condenar “The Intercept” como condenou Lula

      A falta de respostas à pergunta mais insistente do dia – o sr. confirma que a Polícia Federal está investigando as contas do The Intercept ?– somente aumentou a desconfiança de que a suspeita é verdadeira. Calar é consentir. O ditado é velho, mas ainda não foi revogado.

      Perseguir The Intercept Brasil pelas vias financeiras foi a pior decisão que Moro tomou desde o início do escândalo que o colocou na frigideira. Está comprando briga não somente com o veículo que obteve revelações gravíssimas acerca da condução que deu ao julgamento do ex-presidente Lula, mas com todos os outros que têm tido acesso ao material e comprovado sua autenticidade.

      Está comprando briga, inclusive, com a imprensa internacional, à qual The Intercept Brasil se vincula, que já estava indignada com o teor das mensagens e agora está escandalizada com a reação do atual ministro da Justiça, típica de ditaduras. Moro já recebeu uma avalanche de críticas e ela tende a aumentar.

      Pressionar e intimidar com o propósito de paralisar as publicações ou revelar a fonte é estritamente proibido pela constituição. É mais uma ilegalidade que vai para a sua conta. Ainda que não fosse ele o mandante da investigação, deveria, como ministro da Justiça, reprimi-la por ser ilegal.

      Mas que nada! Moro tem se comportado desde a eclosão das mensagens da mesma forma que se comportou no julgamento do ex-presidente Lula.

      Outro em seu lugar, estando seguro da inocência, já teria pedido para se afastar do ministério enquanto rolassem as investigações. Para ser investigado imparcialmente.

      Ele não se afasta porque sabe que cometeu violações às leis e precisa continuar no ministério para se proteger e ao mesmo tempo atacar o mensageiro. Ele não se afasta porque ser imparcial não é o seu forte.

      O que ele pretende é embaralhar as investigações, acusando quem o acusa. Não se importa com a verdade factual e sim com a verdade a seu favor.

      Não por outro motivo nem ele nem os demais procuradores entregaram até agora seus telefones à perícia, o que poderia provar a veracidade ou falsidade das mensagens.

    Moro pretende condenar “The Intercept” como condenou Lula, com provas ou sem provas.

      Uma vez juiz, sempre juiz. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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