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    Maria do Rosário

    Deputada federal (PT-RS) e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

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    Mudar o país, garantir a Democracia

    A ação de Moro junto à PGR só agrava o cenário político brasileiro e aumenta as suspeitas sobre os motivos pelos quais se demonstra tamanho interesse em desconstituir as investigações

    (Foto: PR | ALERJ)

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    Menos de um dia após a revelação de que um dos executores de Marielle Franco e Anderson Gomes acessou o condomínio onde morava Jair Bolsonaro no dia do crime, através de autorização que teria partido de sua própria residência, o atual ocupante do Planalto comete mais um abuso ao buscar incidir na investigação criminal, algo que por Lei é de prerrogativa exclusiva da Polícia ou do Ministério Público. A ação de Moro junto à Procuradoria Geral da República só agrava o cenário político brasileiro e aumenta as suspeitas sobre os motivos pelos quais se demonstra tamanho interesse em desconstituir as investigações.  

    O Ministério Público, sob a tutela de Moro, tratou rapidamente de dar solução ao caso afirmando que o porteiro que envolveu o nome do presidente Jair Bolsonaro na morte da vereadora Marielle Franco mentiu em depoimento à Polícia Civil. Está clara a intenção de Moro em desconstruir o testemunho de um porteiro, trabalhador como qualquer outro brasileiro ou brasileira, que virou peça chave para o esclarecimento de um crime bárbaro, de tamanho impacto na Democracia e no sistema político. Ao invés de desconstruir seu testemunho, o Estado deveria garantir sua proteção em face de eventuais pressões que ele possa sofrer frente a repercussão do tema. 

    A sequência de reações destemperadas acontece na mesma semana em que, para abafar os áudios vazados de Fabrício Queiroz (ex-assessor de Flávio Bolsonaro, participante chave de parte dos episódios do escândalo do “Laranjal”), o clã Bolsonaro posta vídeo atacando fortemente Instituições da República e faz declarações ameaçadoras, flertando com um golpe de Estado caso mobilizações populares voltem a ocorrer.  

    Diante de tamanhas ameaças à Democracia e às Instituições do Estado Brasileiro, registramos nosso apelo a partidos e lideranças, entidades sociais, culturais e de classe a se manifestarem pela garantia da Constituição Federal de 1988 e por um pacto de proteção contra os riscos ao país a partir dos impropérios ladrados pelo Presidente da República e sua família.   

    Temos que manter a sociedade brasileira mobilizada e alerta. Não há condições para o prosseguimento de um projeto político, ilegítimo, representado por Bolsonaro, Paulo Guedes e Sérgio Moro, que flerta cotidianamente com ameaças à Democracia e, tão grave quanto, produz um cenário econômico que alimenta 27,8 milhões de brasileiras e brasileiros desempregados ou com subempregos, sem contar os ataques contra a educação, contra o meio ambiente e contra os direitos da população.   

    Na próxima semana ocorrerão manifestações por Justiça, Democracia e Direitos. É direito de todos e todas nós expressarmos nosso descontentamento, sem qualquer constrangimento ou cerceamento da tão cara liberdade de manifestação. É hora deste país mudar.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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