Não é hora de prender Bolsonaro?
Nesta quarta, STF tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe. Seu filho está nos EUA articulando com Trump ataques à nossa Justiça
Entre a noite de terça (25) e a madrugada desta quarta-feira, o incansável ministro Alexandre de Moraes fez modificações importantes no seu voto como relator na denúncia da tentativa de golpe de Estado. As mudanças deixaram ainda mais evidentes os crimes cometidos por Bolsonaro e sete dos seus colaboradores na tentativa de quebra do Estado Democrático de Direito. Valeu o sacrifício. O uso das imagens da violência produzida pelos atos golpistas foi preciso. Trouxe a lembrança para todos os brasileiros dos atos terroristas ocorridos no país entre o fim de 2022 e o dia 8 de janeiro de 2023.
Essas imagens são o melhor contraponto às narrativas mentirosas veiculadas à exaustão nas redes sociais bolsonaristas.
As cenas são chocantes e fazem um apanhado dos piores momentos da tentativa de golpe de Estado, como a queima de veículos, instalação de bombas em caminhão tanque no aeroporto de Brasília e o ato final das depredações dos prédios dos três poderes pelos terroristas da extrema-direita.
As violentíssimas ações da massa bolsonarista contra PMs da capital federal e seguranças das sedes dos Três Poderes são chocantes.
Alexandre deve ter lembrado do provérbio do filósofo chinês Confúcio de que: “uma imagem vale mais que mil palavras”. Nesse caso valeu, mesmo. Com certeza, o brilhante e competente voto do relator pelo recebimento da denúncia de Paulo Gonet é o melhor indício de que as condenações de Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, almirante Almir Garnier, Anderson Torres e Alexandre Ramagem são uma questão de tempo. Penas que podem chegar a 30 anos. A expectativa é de que o acórdão condenatório dos oito primeiros réus da cúpula da organização criminosa que planejou a tentativa de golpe de Estado deva ser prolatado entre o final deste ano e o início de 2026. Até lá fica a pergunta: será que a partir de hoje não seria prudente a prisão ou no mínimo a colocação de uma tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro? Eduardo Bolsonaro está desde o início do ano vivendo nos EUA e articulando com o governo de Donald Trump ataques à nossa Justiça e a criação da falsa narrativa de que ele, o pai e seus irmãos são perseguidos pelo Supremo Tribunal Federal.
Já aqui no país, Jair Bolsonaro está livre, leve e solto. Acompanhou, na terça-feira (25), a sessão da primeira turma do STF com seu celular apontado para a mesa, talvez para produzir fotos e vídeos. Não à toa, Alexandre de Moraes afirmou, olhando para a plateia onde Bolsonaro estava na primeira fileira, que as supostas "milícias digitais" continuam atuando, inclusive naquele momento em que estava acontecendo o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
A questão é que o nazifascismo brasileiro não tem “Deus acima de todos” como diz o lema bolsonarista, mas a “mentira acima de tudo e todos”. A mentira é hoje a maior ameaça às democracias no mundo, alimentando o ódio e o negacionismo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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