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    Pedro Paiva

    Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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    Nikki Haley não vence, mas preocupa Trump

    'Ainda que derrotada em New Hampshire, Nikki Haley não joga a toalha', escreve Pedro Paiva

    Nikki Haley (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

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    Quando os eleitores começaram a votar na manhã de ontem (23) em New Hampshire, Donald Trump acreditou que o dia terminaria com o fim da disputa nas prévias republicanas. Não foi o que aconteceu.

    Com um eleitorado muito menos conservador, e com uma participação expressiva de independentes e democratas, Trump ficou bem abaixo do que indicavam as pesquisas. Ele venceu, mas com uma margem de vitória de 11 pontos - e não de 22 como apontava a última pesquisa.

    Ainda que derrotada, a proximidade de Trump deu gás para que Nikki Haley não jogasse a toalha. Em discurso, ontem, a ex-governadora afirmou: “a corrida está longe de acabar”.

    Disputa prolongada favorece Biden - Na festa da apuração de Trump, que contou com a presença ilustre do brasileiro cassado George Santos, aliados reclamaram da não desistência de Haley. Para eles, a continuação da disputa interna favorece Biden, que já deu início à campanha.

    Os apelos para que Nikki Haley desista das prévias têm dois motivos centrais. O primeiro diz respeito ao gasto de dinheiro: enquanto Biden gasta as doações de campanha nos estados chave, Trump precisa focar em estados já garantidos, como a Carolina do Sul, por conta das prévias.

    O segundo motivo, e talvez o mais importante, é que a campanha de Haley vem levantando a bola para críticas feitas pelos democratas a Trump: ela questiona o estilo de liderança de Trump, fala do “caos” gerado por ele e insinua que estaria tão senil quanto Biden, um dos pontos principais de ataques dos republicanos contra o presidente. Quanto mais a disputa de estende, mais difícil será para Trump conquistar os apoiadores de Haley em novembro.

    Campanha sem futuro - Ainda que Nikki Haley negue que abandonará a corrida, uma vitória saiu do improvável para o quase impossível. New Hampshire era a melhor aposta de vitória da sua campanha e ainda assim saiu em segundo lugar. Os próximos estados tendem a ser mais difíceis, pois são mais conservadores e contam menos com a participação de independentes e democratas.

    Após as prévias de Iowa, Ron DeSantis afirmou que seguiria em campanha, tudo isso para abandonar dias depois. Alguns analistas acreditam que o mesmo possa acontecer com Haley.

    Os que acreditam em uma desistência em breve afirmam que Haley não vai querer perder de lavada na Carolina do Sul, seu estado natal, no fim de fevereiro. Por lá, Trump aparece com uma vantagem de mais de 30 pontos.

    Outros, porém, argumentam que Haley permanecerá na disputa enquanto tiver dinheiro - o que não parece ser um problema para os doadores multimilionários que a apoiam e que querem ver um Partido Republicano que supere Trump no futuro.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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