Notícias da Venezuela apontam o que está por trás da falsa proibição a Corina Yoris
"Qualquer país que decide defender a própria soberania sobre suas riquezas naturais transforma-se em alvo do império", escreve o colunista Mario Vitor Santos
Corina Yoris não foi vetada na Venezuela. Seu partido não estava habilitado e a Coalizão Plataforma Unitaria de Oposição, que poderia indicá-la, não a inscreveu.
Preferiu indicar Gonzalez Urrutia como uma das 13 candidaturas. Essa foi uma decisão da oposição, não da Justiça, muito menos do governo. A oposição participará das eleições, mas com os candidatos que estavam habilitados pela lei para fazê-lo.
Hoje, nem mesmo a Plataforma reclama. Apenas Maria Corina Machado, que fez esse show sabendo que nem ela nem a outra Corina estavam em condições de inscrever-se, a não ser que tivesse apoio dos partidos da plataforma opositora, que se negaram a apoiar Corina Yoris. Esta, além de tudo, não pretendia de fato se inscrever para assim disseminar a versão de que foi impedida.
Essa encenação com Corina Yoris, de um partido não habilitado , foi feita para criar manchetes de que Maduro descumpre os Acordos de Barbados, mas todos os candidatos oposicionistas que preenchem os requisitos da lei estão inscritos e vão participar das eleições.
Uma jornalista mais atenta, percebendo a encenação de Corina Yoris, e vendo que a Plataforma de Oposição estava preparando a inscrição de Gonzalez Urrutia, perguntou a Corina: “Por que a sra não vai pessoalmente ao Tribunal, se alega que a página internet da Comissão Nacional Eleitoral não lhe dá os códigos de acesso?”.
Corina respondeu candidamente: “Não dá tempo“. Foram, porém, vários dias para a inscrição. Não recebia os códigos porque ela e seu partido não estavam habilitados. Os demais partidos da Plataforma poderiam tê-la inscrito, mas lhe negaram apoio. Inscreveram outro candidato. Houve um show e o Itamaraty levou informações errôneas ao presidente Lula. O que mais preocupa é saber se Lula tinha conhecimento dessas informações e mesmo assim tomou a iniciativa de atacar o processo eleitoral do vizinho venezuelano. Não seria um realinhamento banal.
Qualquer país que decide defender a própria soberania sobre suas riquezas naturais transforma-se em alvo do império, que busca confundir até mesmo os aliados mais atentos.
Está em jogo uma campanha para disseminar desde já descrença nas eleições. Este filme não é novo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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