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      César Fonseca

      Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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      Novo fascismo eleitoral: Depois do atentado, Trump prega pacifismo e união nacional

      É a nova cara do fascismo eleitoral?

      A foto de Trump após o suposto atentado (Foto: Reprodução)

      É o novo discurso eleitoral de Donald Trump, uma alegoria à paz, para polarizar contra o armamentismo de Joe Biden, senhor da guerra.

      É a nova cara do fascismo eleitoral?

      O espírito de ódio típico do fascismo está sendo afastado e espantado por Trump, que sobreviveu ao mais sério ataque à sua vida.

      Saiu dando socos no ar para ressaltar sua resistência política e, claro, a alegria de estar vivo.

      A declaração de Trump neste domingo, após o ataque, é um novo discurso político para a América, a ser disseminado na campanha para a presidência dos Estados Unidos. 

      Ele, aparentemente, descarta o ódio e a vingança e prega a união nacional contra o que diz ser algo que não devia acontecer na América, isto é, atentados políticos.

      No mínimo, Trump está equivocado, pois é justamente nos Estados Unidos que têm ocorrido os atentados políticos mais frequentes em termos históricos.

      A disputa pelo poder na América é puro faroeste, como demonstra Roliúde com seus roteiros maravilhosos, mostrando que a colonização americana foi feita à bala. 

      Pátria de mocinhos e bandidos.

      Trump sentiu o tiro na orelha que, se tivesse atingido o crânio, ele já era, estaria na história.

      Os marqueteiros de Trump já inventam outra saída para o fascismo trumpiano: em vez de continuar com a cara de ódio, muda-se para a cara da união nacional, que só é possível através do espírito de fraternidade.

      A fraternidade ganha cores políticas depois do tiro que Trump levou na orelha, conferindo-lhe, pelo que diz na entrevista, um espírito de paz, em oposição ao que os Estados Unidos expressam no atual momento histórico: espírito de guerra – promotores de guerra, de polarizações violentas, de fomento à produção armamentista para construir um mundo adequado aos interesses da guerra e da morte sob comando do império capitalista, agora, com perfil meramente financeiro e belicista.

      O novo discurso de Trump vira a direita e a ultradireita fascistas de ponta-cabeça, ao despertar no candidato uma expressividade política mais espiritualizada e menos agressiva. 

      Efeito prático de ter se livrado da morte, invertendo valores morais?

      O tiro que não atingiu mortalmente o alvo, neste 13 de julho de 2024, reverte a propensão fascista trumpiana, expressa no chamamento ao golpe de estado que patrocinou ao convocar a invasão do Capitólio, em 8 de janeiro de 2021, à violência e ao ódio característicos do fascismo ao qual é pregada a imagem do candidato?

      OPOSTO AO BOLSONARISMO: E AGORA?

      Ou seja, nada a ver com a pregação do ódio e da violência bolsonarista, que tenta agora posar de vítima como estratégia eleitoral, depois de esgotar todos os seus argumentos para tentar enganar a opinião pública, agora sacudida pelo roubo das joias e instalação de estado policialesco fuxicador da vida alheia, como comprovam investigações da Polícia Federal.

      Os bolsonaristas estão em xeque com o novo pacifista Trump depois do tiro que pegou de raspão na orelha. 

      Jamais passou pela cabeça de Bolsonaro a unidade nacional contra a violência e os atentados. 

      Pelo contrário, sua norma é o apelo à violência, ao armamentismo e à mentira como salvação temporária suprema.

      O episódio Trump inaugura politicamente uma nova direita pacifista contrária à divisão nacional que o ódio e a violência bolsonarista produzem.

      Verdade ou mentira?

      NOVO PADRÃO CULTURAL PACIFISTA?

      A indústria armamentista, que dissemina culturalmente o perfil americano de salvador do mundo por meio de guerras que os Estados Unidos tentam conferir valor moral, é a grande perdedora com o novo discurso de campanha eleitoral de Trump: união nacional contra a violência.

      Combate à violência pela união nacional é incompatível com o apoio de Biden ao genocídio de Israel contra os palestinos. 

      O novo discurso de Trump, igualmente, não combina com o armamentismo mercantilizado do cidadão norte-americano que alimenta ódio e violência como marketing comercial.

      Portanto, o fato novo, depois da entrevista de Trump pós-atentado, é a bandeira eleitoral pacifista empunhada pelo candidato fascista. 

      É ou não tiro eleitoral fatal em Biden, cuja trajetória está quase que umbilicalmente associada à guerra imperialista?

      Não às armas, não à guerra pode ser o novo discurso americano depois que Trump convoca a nação à unidade nacional contra a violência fascista que quase o elimina.

      Depois de experimentar na pele o fascismo e sua violência intrínseca, Trump muda e joga a eleição presidencial americana em outro patamar.

      Ou florescerá o contrário, apesar do discurso pacifista do candidato republicano?

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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