Num mundo turbulento, a estabilidade da cooperação sino-brasileira é muito preciosa
"A China vê o Brasil como potência emergente mundial e parceiro estratégico global", escreve Jin Hongjun, encarregado de Negócios da Embaixada da China
Teve lugar, no dia 23 de maio, a 6a reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). Um grande número de ministérios e agências governamentais, das relações exteriores, economia, ciência e tecnologia, agricultura, saúde, cultura, etc. participaram com o objetivo de discutir a coordenação e o planejamento sistemáticos da cooperação bilateral em múltiplos domínios. A estabilidade é a palavra-chave para definir essa parceria entre a China e o Brasil.
A nossa parceria apresenta estabilidade nos resultados reais. No contexto da pandemia e da volatilidade da economia mundial, o comércio sino-brasileiro destacou-se por forte resiliência e dinamismo. Registrou uma expansão de 32% no ano passado, além de um crescimento de 16% sobre essa base alta nos primeiros quatro meses deste ano. O aumento contínuo dessa parceria comercial, que tem um volume gigantesco acima de US$ 100 bilhões, se traduz em mais empregos, mais receita e mais liquidez na conta pública.
A nossa parceria conta com estabilidade na vontade política. A ampla participação e a profunda troca de ideias dos entes governamentais nesta reunião demonstram a grande importância que ambos os lados atribuem à expansão da cooperação bilateral. O plano executivo quinquenal e o plano estratégico decenal aprovados na reunião norteiam o desenvolvimento da cooperação China-Brasil a médio e longo prazo.
A nossa parceria tem estabilidade no seu espaço do crescimento. Como uma das principais fontes de investimentos do Brasil, empresas chinesas fazem aportes em uma gama cada vez mais maior de setores, como infraestrutura, manufatura, alta tecnologia e startups. Avançam também projetos nos âmbitos de telecomunicações, aeroespacial, meio ambiente, assim como economia digital, verde e de inovação.
O mundo está entrando num período de agitações e mudanças. Enfrentamos a pandemia prolongada, as tensões geopolíticas, os conflitos armados, a alta inflação, a recessão econômica, a insegurança alimentar, a mudança climática e as dificuldades da vida cotidiana da sociedade, tantos desafios complexos que, sobrepostos, afligem cada país e cada família. Num momento tão adverso, a estabilidade torna-se ainda mais preciosa.
A China vê o Brasil como uma potência emergente mundial e um parceiro estratégico global. Nos 47 anos de relações diplomáticas, os dois países desenvolveram um relacionamento marcado pelo respeito mútuo e pela igualdade. Essa parceria se baseia em vantagens complementares e benefícios recíprocos. Ambos os países, China e Brasil, têm perspectivas relevantes e previsíveis de desenvolvimento. A China tem uma política coesa para com o Brasil. Tudo indica que as relações sino-brasileiras manterão a estabilidade.
Temos a disposição de trabalhar com todos os setores do Brasil para preservar a estabilidade e o ímpeto das nossas cooperações. Ao mesmo tempo, são bem-vindas mais reflexões sobre relações bilaterais a longo prazo. Como será essa parceria daqui a 15 anos, quando o PIB per capita da China de novo terá dobrado de tamanho? O que precisa ser feito a partir de agora? Todas as opiniões construtivas serão uma grande contribuição.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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