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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Nunes perdeu o debate e a eleição

Bolsonaro e Tarcísio são os grandes derrotados

Ricardo Nunes (Foto: Reprodução/TV Globo)

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O Datafolha de ontem mostrou claramente Nunes caindo pelas tabelas e Marçal subindo, a quatro dias do Dia D, o que obrigava o atual prefeito a usar toda a sua cavalaria contra o rival da direita no debate da Globo.

Ele não tinha outra saída senão atacar, desqualificar, e deveria fazê-lo antes de ser atacado, para não ter de ficar na defensiva.

É óbvio que seu marqueteiro e até seu principal apoiador, o governador Tarcísio de Freitas, devem tê-lo submetido a intensas sessões de “mídia training”, mas, pelo visto, não adiantou.

Nunes é um péssimo debatedor, provou tanto nesse debate quanto nos anteriores, limitou-se a listar as obras que já fez e as que fará, ou seja, fez um discurso racional, um erro que os grandes oradores jamais cometem, eles usam e abusam da emoção, basta analisar os discursos de Lula, por exemplo, ou de outros oradores brilhantes, como Brizola, e é o elemento principal da verborragia de Marçal. “O segredo é ser amado e odiado” disse ele, no debate do UOL.

O peixe morre pela boca; o eleitor, pela emoção.

O outro defeito que os bolsonaristas veem nele, e mais uma vez foi percebido no debate de ontem, é que ele não é letal contra a esquerda, ou seja, contra Lula, e tudo o que o eleitor de Bolsonaro quer é destruir o presidente da República.

A derrota de Nunes, que está escrita nas estrelas, não é só dele, que, vamos falar a verdade, é um político sem luz própria, mas sobretudo de Bolsonaro e de Tarcísio.

Por mais que o ex-presidente tenha se ausentado da campanha, suas digitais estão lá, ele indicou o vice.

Tarcísio sai da campanha ainda pior, pôs a cara pra bater, se conseguisse eleger Nunes seria aclamado como sucessor inconteste de Bolsonaro a nível nacional, mas, com o fracasso deverá recuar algumas casas na corrida presidencial.

Ainda que não se eleja, mas vá para o segundo turno contra Boulos, Marçal sairá não só candidato ao Planalto, mas como o novo líder da direita, uma outra direita, messiânica, na qual ele é o Messias.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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