O Brasil não está em crise e a mídia entrou em modo pânico porque percebeu que Lula é candidato – e favorito – à reeleição
A economia vai bem e a única turbulência se deve ao ataque especulativo contra o real comandado pela mídia e pelo presidente do Banco Central
Abri os jornais nesta manhã e me deparei com a notícia de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava fechando, no dia de hoje, seu pior semestre dos três já decorridos neste terceiro mandato.
"Como assim?", eu me questionei.
Nesta semana mesmo, o IBGE anunciou que, sob o comando do presidente Lula, a taxa de desemprego recuou ao menor nível em dez anos. Esta é apenas uma das boas notícias no campo econômico. A arrecadação é a maior em 29 anos, a massa salarial é recorde, os grandes investimentos públicos e privados voltaram e os brasileiros estão mais otimistas em relação ao próprio futuro. Em relação ao PIB, ainda que as projeções de crescimento, entre 2% e 3%, estejam claramente abaixo do potencial da economia brasileira, elas são melhores do que vinha sendo projetado pelo chamado "mercado".
Crise mesmo só há na imprensa corporativa brasileira, que, em associação com o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vem comandando um ataque especulativo contra o real, a moeda que completa trinta anos nesta semana. Mesmo com a armação, tudo o que Campos Neto e seus parceiros na imprensa conseguiram foi uma pequena desvalorização de cerca de 12% da moeda brasileira, com o real caindo de R$ 5 para R$ 5,6 em relação ao dólar.
A questão é: por que a moeda brasileira não cai mais, diante das provocações de Campos Neto e da inação do Banco Central, que deixou de realizar leilões contra ataques especulativos? Porque qualquer agente econômico sério percebe que os fundamentos da economia brasileira são muito mais sólidos do que aquilo que vem sendo pintado nas páginas econômicas. O superávit comercial é de US$ 100 bilhões ao ano, as agências internacionais de risco vêm melhorando as perspectivas para o Brasil e o País atrai cada vez mais investimentos diretos, com o aumento do poder de compra da população. Por isso mesmo, o presidente Lula, nesta semana, afirmou que "quem apostar contra o real", em associação com os "cretinos" da imprensa, vai perder dinheiro. Lula tem razão. A julgar pelos fundamentos, a moeda brasileira poderia, inclusive, estar sendo negociada abaixo dos R$ 5.
A histeria da mídia se deve a um único fator: a percepção de que o presidente Lula não apenas é candidato à reeleição em 2026, como também é franco favorito. Dias atrás, o presidente fixou em seu perfil no X, antigo Twitter, uma mensagem dizendo que, aos 80 anos, se vê em seu auge físico e intelectual. E mais: que está pronto para seguir na presidência caso sua participação seja necessária para enfrentar os "trogloditas".
Lula não apenas se declarou candidato, como passou a agir como tal. Nos últimos dias, Lula viajou pela Bahia, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Mais do que colocar o pé na estrada, o presidente também passou a conceder entrevistas às rádios regionais, demonstrando força não apenas para desconstruir as falácias da mídia tradicional, como também para pautar o debate no País.
Com isso, os setores da direita tradicional brasileira, que se agarraram ao presidente Lula para atirar ao mar o lixo fascista ao qual se associaram em 2018, começaram a se dar conta de que o atual governo não é uma ponte para o neoliberalismo, mas sim um projeto de oito anos. Só isso explica a pancadaria. E não há antídoto melhor contra essa cretinice do que a palavra constante do presidente. Fala mais, Lula. Quanto mais, melhor.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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